O dólar abriu em forte alta nesta quarta-feira (2), na reabertura do mercado financeiro brasileiro após o carnaval e sob pressão da guerra na Ucrânia e dos impactos das duras sanções do Ocidente contra a Rússia e aumento das preocupações com a inflação e o crescimento global.
Às 13h, a moeda norte-americana subia 1,20%, cotada a R$ 5,2183
Nos mercados internacionais, o barril de petróleo superou US$ 110 nesta quarta-feira, em meios aos receios de desabastecimento, e o rublo atingiu baixa recorde em relação ao dólar.
Na sexta-feira (25), o dólar fechou em alta de 1,01%, cotado a R$ 5,1562, mas encerrou fevereiro com recuo de de 2,81%. No acumulado nos dois primeiros meses do ano, a queda frente ao real foi reduzida para 7,51%.
Por que o dólar está subindo?
A alta do dólar é explicada pela busca de segurança pelos investidores, já que o aumento de combustíveis e commodities vai pressionar o crescimento de outras economias.
À medida que a guerra no Leste Europeu completa uma semana, os investidores elevam as preocupações quanto ao impacto no crescimento econômico global, em meio aos planos do Federal Reserve (Fed) e de outros bancos centrais para combater a inflação crescente através do aumento das taxas de juros.
Além disso, a alta nos preços do petróleo também gera apreensão, com os investidores cada vez mais temerosos sobre o impacto da guerra na Ucrânia no fornecimento global de energia, uma vez que Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo e grande fornecedor de gás para a Europa.
O preço do barril de petróleo superou a barreira dos US$ 100 nesta quarta-feira (2), atingindo máximas desde 2013. Já o preço do gás britânico era cotado muito próximo de seu máximo histórico de dezembro passado.
A moeda russa, por sua vez, segue derretendo, e caiu para uma baixa recorde em Moscou de 110 por dólar nesta quarta-feira, levando a Rússia a anunciar novas medidas restritivas para investidores na tentativa de limitar os impactos das sanções internacionais. O rublo já perdeu cerca de um terço de seu valor em relação ao dólar desde o início do ano.
As sanções dos EUA e da União Europeia buscam impedir que os bancos russos tenham acesso aos mercados internacionais de capital. As medidas que visam estrangular a economia russa incluem o corte de 7 bancos russos da rede internacional de pagamentos Swift e o congelamento de ativos do Banco Central russo no Ocidente de forma a impedir que a Rússia consiga usar suas reservas em moeda estrangeira.
Diversas empresas internacionais anunciaram desde sexta-feira (25) que estão deixando ou suspendendo seus negócios na Rússia, num efeito dominó que deve continuar nos próximos dias e aumentar consideravelmente a pressão sobre o governo russo.
Já a China disse não aderirá à adoção de sanções contra a Rússia liderada pelo Ocidente, acrescentando que acredita que o impacto dessas medidas sobre a segunda maior economia do mundo será limitado.