Dólar termina pregão em R$ 5,27, menor patamar desde setembro de 2021

No encerramento do dia, o dólar foi negociado a R$ 5,2709, baixa de 0,65%

Os mutual funds investem em ações, títulos de renda fixa, instrumentos de mercado monetário de curto prazo e outros valores mobiliários ou ativos -
Foto: Pixabay
Os mutual funds investem em ações, títulos de renda fixa, instrumentos de mercado monetário de curto prazo e outros valores mobiliários ou ativos - Foto: Pixabay

A manutenção de um ambiente externo mais positivo para ativos de risco há alguma semanas e a expectativa de que o Copom conceda uma nova alta de 150 pontos-base amanhã deram suporte a um novo dia de recuperação do real. Em nova queda, o dólar fechou abaixo da barreira dos R$ 5,30, renovando a mínima em quatro meses.

No encerramento do dia, o dólar foi negociado a R$ 5,2709, baixa de 0,65%. Este é o menor patamar de fechamento desde 16 de setembro de 2021, quando a moeda americana terminou o pregão em R$ 5,2650.

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Para Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Mizuho no Brasil, a continuidade do rali do real é ajudada pela proximidade com a decisão de juros do Copom amanhã, uma postura mais diplomática da Rússia nas negociações sobre a Ucrânia e também discursos mais apaziguadores de dirigentes do Federal Reserve desde ontem. “Eles têm expressado uma preocupação com potencial exagero na precificação de juros nos EUA, que poderia ter repercussões negativas na economia”, nota.

Em relatório a clientes, o TD Securities ressalta que o Brasil passará a ostentar o maior carrego ajustado pela volatilidade de 1 ano, atrás apenas da Turquia e da Índia, um nível “incrivelmente atrativo”. “Combinado ainda a um valor relativo atraente vis-à-vis outras moedas da região, acreditamos que os juros altos irão isolar o real dos riscos externos, como o do ciclo de aperto do Federal Reserve”, diz o banco canadense.

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A sequência de bons resultados do real, por outro lado, tem levado alguns indicadores e modelos a apontar para uma reversão do movimento, mesmo que pontual. “Quando esse bom humor do mercado virar, a tendência é que real sofra mais que pares por conta de moeda estar um pouco mais esticada considerando os fatores de risco presentes, como perspectiva e eleição polarizada, dúvida em relação à política fiscal tanto do atual governo quanto do próximo e as dificuldades da economia”, diz Rostagno, do Mizuho.

Em seus cálculos, mesmo uma alta da produção industrial em dezembro – dado que sai amanhã – não deve impedir que o setor termine o quarto trimestre em contração. Ao mesmo tempo, o setor de serviços deve acusar o impacto da variante ômicron sobre a circulação das pessoas.

Outro fator que contribui positivamente com o câmbio, mas tem data para acabar, é a relativa calma em relação ao noticiário político. “A volatilidade do real é melhor no início do ano e tende a aumentar no segundo trimestre, especialmente em ano eleitoral”, pondera.

Na WIA Investimentos, os modelos apontam para uma recuperação técnica do dólar em direção à faixa entre R$ 5,40 e R$ 5,50. “A pergunta principal é: comprar ou não comprar agora. O dólar estava bem caro no final do ano passado, em torno de 5,75. Esse era um patamar interessante para vender”, nota um diretor da casa em relatório a clientes. Ele afirma ainda que a velocidade da queda do dólar no Brasil surpreendeu apesar do cenário ligeiramente desfavorável, mas segue com a recomendação.

“Elevar a posição comprada nos parece interessante por dois motivos: reversão de tendência de longo prazo acontece de tempos em tempos, mas em geral é um processo que demora algumas semanas e quase certamente o preço de compra dos insumos em reais está bem acima da cotação atual, fato que garante uma margem acima da margem do momento da compra”, segue o profissional.

Com informações do Valor Econômico.

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