Domicílios em terras indígenas são menos atendidos por redes de saneamento básico, diz IBGE
Os domicílios brasileiros com a presença de um ou mais indígenas apresentam índices menores de abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo que a média da população brasileira. A situação piora quando esses domicílios ficam dentro de terras indígenas. Os dados constam da pesquisa “Indígenas: Alfabetização, registros de nascimentos e características dos domicílios, segundo recortes territoriais específicos: Resultados do universo”, divulgada nesta sexta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O abastecimento de água por rede geral de distribuição, poço, fonte, nascente ou mina e canalização até dentro do domicílio era uma realidade para 93,97% das residências dos brasileiros em 2022. Mas quando o universo passa a ser as residências com pelo menos um morador indígena, o percentual cai para 75,90% e reduz ainda mais, para 35,29%, quando esse domicílio fica dentro de terras indígenas.
O mesmo padrão é observado no percentual de moradores que tem acesso a rede de esgoto geral, fossa séptica ou fossa filtro, que chega a 76,18% do total. Essa fatia cai para 39,83% dos indígenas e apenas 14,58% dentro das terras indígenas.
Da mesma maneira, 90,90% dos moradores do país têm coleta direta ou indireta de lixo, percentual que cai para 55,27% para os indígenas e para 13,78% dentro das terras indígenas.
O IBGE destaca que 69,12% dos moradores indígenas — ou 1,127 milhão de pessoas — convivem com ao menos um dos grupos de precariedade ou ausência de saneamento básico. Na média nacional, esse percentual é de apenas 27,26%. Nas terras indígenas, o percentual de moradores indígenas que reside em domicílios particulares permanentes — o que exclui a habitação indígena sem parede ou maloca — e convive, ao menos parcialmente, com situações consideradas inadequadas ao plano nacional de saneamento básico chega a 95,59%.
*Com informações do Valor Econômico
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