Economistas divergem sobre pico da inflação nos EUA após dado de março

Taxa anual atingiu 8,5% no mês, maior patamar desde 1981

- Foto: Igal Ness/Unsplash
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A nova alta da inflação nos Estados Unidos em março reacendeu o debate entre economistas se os preços continuarão acelerando no país no curto prazo. Enquanto alguns dizem que o pico já foi atingido, outros afirmam que a guerra na Ucrânia pode manter a pressão inflacionária por mais tempo.

Puxado pela disparada dos custos da energia e dos alimentos, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) acelerou para 8,5% no mês passado nos Estados Unidos, a maior taxa anual desde dezembro de 1981, segundo dados divulgados pelo Departamento do Trabalho.

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Os dados de março são os primeiros a capturar totalmente o impacto econômico da invasão russa da Ucrânia, especialmente sobre os preços dos combustíveis e dos alimentos. Segundo a American Automobile Association (AAA), o galão de gasolina está agora 43% mais caro nos EUA do que há um ano, embora tenha havido uma queda no valor na bomba nas últimas semanas.

A escalada dos preços da energia causada pela guerra elevou os custos do transporte e se espalhou para outros setores da economia, chegando ao bolso dos consumidores americanos. No entanto, mesmo antes da guerra, os EUA já tinham que lidar com um aumento constante dos salários, devido à recuperação do mercado de trabalho, e com problemas nas cadeias de suprimentos que também pressionavam a inflação.

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Enquanto aguardam a reação do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, analistas agora discutem quanto tempo demorará para que a inflação comece a cair. Mas há divergências sobre quando o pico será atingido e os efeitos da guerra e dos novos lockdowns na China sobre a economia global.

Andrew Hunter, economista sênior da Capital Economics, acredita que a inflação já atingiu o pico no mês passado. A previsão se baseia no núcleo do CPI, que exclui preços voláteis como da energia e dos alimentos, avançou apenas 0,3%, no ritmo mais baixo desde setembro do ano passado.

“A grande notícia do relatório de março foi que as principais pressões sobre os preços finalmente parecem estar se moderando”, disse ele após a divulgação dos dados.

Kathy Bostjancic, economista-chefe da Oxford Economics, avalia que a guerra na Ucrânia continuará pressionando por mais tempo os preços da energia, da inflação e de outras commodities, que serão turbinados pelos problemas nas cadeias de suprimentos.

“Isso levará a um pico mais alto de inflação no curto prazo e uma queda lenta ao longo de 2022”, disse ela. “Esperamos que os preços ao consumidor atinjam um pico próximo a 9% em maio, mas que terminem o ano acima de 5%.”

Além da discussão sobre o pico, alguns economistas expressam dúvidas se os aumentos de juros planejados pelo Fed serão suficientes para trazer a inflação para perto da meta anual de 2% ainda neste ano.

Luke Tilley, economista-chefe do Wilmington Trust, disse hoje que a inflação deve fechar o ano em 4,5%. Antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, ele previa um índice muito menor, de 3%.

Antes da publicação dos dados, o governo de Joe Biden voltou a culpar a guerra na Ucrânia pela inflação. A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse que a leitura do CPI seria “extraordinariamente levada” devido ao conflito iniciado pelo presidente russo, Vladimir Putin.

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