Em ata, dirigentes do Fed dizem esperar inflação maior em 2025 devido às tarifas de Trump
Os integrantes do comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) esperam que a inflação dos EUA seja impulsionada este ano pelos efeitos das tarifas comerciais mais altas, em meio a incertezas elevadas, diz a ata da reunião dos dias 18 e 19 de março, quando os juros foram mantidos na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano.
Segundo a ata, ao discutir as perspectivas da política monetária, “a maioria dos participantes observou que o potencial dos efeitos inflacionários decorrentes de vários fatores pode ser mais persistente do que o projetado.”
Ainda assim, os dirigentes avaliaram que o Fed está bem posicionado para aguardar por mais clareza.
Vários dirigentes observaram que poderiam enfrentar decisões difíceis se a inflação se mostrasse mais persistente enquanto as perspectivas de crescimento e emprego enfraquecessem, diz a ata.
“Uma política restritiva poderia ser mantida por mais tempo se a inflação permanecesse elevada.”
Para os dirigentes, “uma incerteza significativa” cerca a magnitude e a persistência dos efeitos das tarifas, maiores e mais abrangentes do que muitos dos seus contatos comerciais haviam esperado.
Incerteza alta pode reduzir consumo das famílias
Além disso, vários dirigentes do Fed comentaram que a incerteza alta tinha o potencial de reduzir o consumo das famílias, assim como as contratações e os investimentos das empresas.
Como resultado, viam riscos de queda para o emprego e o crescimento econômico, e de alta inflação.
Alguns dirigentes, porém, questionaram se os efeitos inflacionários da tarifa poderiam ser atenuados por fatores econômicos como a redução da poupança das famílias e uma política de imigração mais rigorosa.
Outros mencionaram que pode ser especialmente difícil distinguir entre mudanças persistentes na inflação e temporárias que poderiam estar associadas à introdução de tarifas.
Os participantes comentaram ainda sobre uma série de fatores que poderiam influenciar a persistência dos efeitos das tarifas, como sua extensão sobre bens intermediários e respostas dos parceiros comerciais.
*Com informações do Valor Econômico
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