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Em semana de poucos indicadores, guerra na Ucrânia pode mexer mais com mercados
Nos últimos dias, com eventos econômicos importantes em todo o mundo e a falta de avanços na negociação para um cessar-fogo na Ucrânia, o conflito no leste europeu acabou ficando em segundo plano para os investidores. O efeito mais sentido nos mercados foi o vaivém dos preços do petróleo, acompanhado pelas produtoras de combustível nas Bolsas de Valores e, um tanto de longe, pelas empresas que mais sofrem com inflação. Na semana que se inicia, as notícias sobre a guerra devem mexer mais com os humores.
Primeiro, porque a agenda de indicadores econômicos está fraca. Há poucos índices previstos para serem divulgados que têm o potencial de afetar as expectativas e previsões dos agentes. No Brasil, o destaque fica com a inflação. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), sai na tarde de sexta-feira (8) e deve ajudar a balizar as apostas a respeito dos juros no país. A mais recente edição da pesquisa Focus, do Banco Central, aponta que os analistas de mercado esperam que a taxa básica Selic termine 2022 em 13% ao ano. Quem tem reajuste salarial em abril com referência no IPCA ou está pensando em contratar um financiamento como o de imóveis precisa prestar atenção nessa divulgação.
Nos Estados Unidos, maior economia e mercado financeiro do mundo, os juros são o principal assunto. Na terça (5) e na quinta (7), membros do comitê de política monetária do Federal Reserve, o banco central americano, fazem discursos e podem dar mais pistas sobre seus próximos passos. Há duas semanas, o Fed anunciou um aumento dos juros de 0-0,25% ao ano para 0,25%-0,5% ao ano e indicou que haverá altas em todas as demais sete reuniões do comitê neste ano.
Assim, as atenções se voltam para a guerra. A imprensa internacional tem noticiado que houve progressos nas negociações de um acordo de paz. No entanto, conforme as tropas russas se distanciam da capital ucraniana, Kiev, estão sendo descobertos corpos de civis aparentemente executados, o que configuraria crime de guerra por parte do Exército de Vladimir Putin. Essa constatação pode inflamar a comunidade internacional e atrapalhar o cessar-fogo.
Segunda-feira (4)
- 8h25: Boletim Focus, do Banco Central
- 9h30: Investimento estrangeiro direto, do BC
Terça-feira (5)
- 10h: PMI composto e PMI do setor de serviços (março), da consultoria Markit
- 10h45 – EUA: PMI composto, PMI do setor de serviços e PMI não-manufaturas (março), da consultoria Markit
- 11h05 – EUA: Discurso de Lael Brainard, membro do Fomc (comitê de política monetária do Federal Reserve, o banco central americano)
- 15h – EUA: Discurso de John Williams, membro do Fomc
- 17h30 – EUA: Estoques de petróleo bruto
Quarta-feira (6)
- 8h: IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) (março), da FGV (Fundação Getulio Vargas)
Quinta-feira (7)
- 8h30 – Zona do Euro: Divulgação da ata da última reunião de política monetária do BCE (Banco Central Europeu)
- 9h30 – EUA: Pedidos iniciais de seguro-desemprego
- 10h – EUA: Discurso de Jim Bullard, membro do Fomc
- 15h – EUA: Discurso de Raphael Bostic, membro do Fomc
- 17h05 – EUA: Discurso de John Williams, membro do Fomc
Sexta-feira (8)
- 9h: Produção de veículos (março), da Anfavea
- 14h: IPCA (março), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
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