Emprego em alta no longo prazo é incerto e depende da economia, diz FGV Ibre

Retomada em serviços favorece emprego, visto que o setor é o maior empregador da economia

Desempregado deve fazer a declaração do Imposto de Renda 2024? - Foto: Agência Brasília
Desempregado deve fazer a declaração do Imposto de Renda 2024? - Foto: Agência Brasília

O mercado de trabalho está favorável no momento, ainda influenciado pela retomada no setor de serviços, maior empregador da economia e que é beneficiado por movimento de “demanda reprimida”, devido ao baque sofrido no período mais agudo da pandemia.

A análise parte do economista Rodolpho Tobler, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre),ao falar sobre a alta de 1,5 ponto no Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) em setembro ante agosto, para 83,8 pontos.

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Foi o mais expressivo avanço desde abril (4,5 pontos) e que conduziu o indicador ao maior patamar desde outubro do ano passado (87,1 pontos). Mas, ao ser questionado continuidade de alta, no IAEmp, ele é cauteloso.

Na prática, a sustentabilidade de abertura maior de vagas, bem como de saldo positivo do indicador, dependerá da trajetória da economia, que ainda conta com muitas incertezas para o futuro, principalmente para 2023, notou ele.

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Ao detalhar o comportamento do indicador de setembro, o técnico ponderou que, em seu entendimento, a boa performance do IAEmp reflete o que vem acontecendo no emprego, e na economia, nos últimos meses.

Com a melhora do quadro sanitário relacionado à pandemia, com avanço de vacinação contra covid-19 e, por consequência, redução de ritmo de casos e de mortes pela doença, isso na prática impulsionou mais consumidores às atividades presenciais, que passaram por fortes restrições, durante a pandemia.

Esse aspecto, notou ele, beneficiou principalmente a economia de serviços, que conta com maior perfil “presencial”, como bares, hotéis, restaurantes, turismo, entre outras atividades.

Assim, esse setor passa, no momento, por processo de retomada mês a mês, o que tem impulsionado a economia como um todo. Pelo lado da oferta, serviços representa mais de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Ao mesmo tempo, o quadro de retomada em serviços favorece emprego, visto que o setor é o maior empregador da economia, reconheceu Tobler. “No IAemp, tivemos alta acumulada de 8,8 pontos em seis meses”, comentou, ao exemplificar impacto que serviços, e a economia, proporcionaram ao emprego, nos últimos meses.

“A economia tem mostrado resiliência”, disse. “E o setor de serviços tem se mostrando mais forte [em ritmo de atividade] do que o esperado”, completou.

No entanto, ao falar sobre o futuro, as mesmas afirmações não podem ser repetidas, admitiu ele. O técnico lembrou que há consenso, entre analistas, de uma economia em ritmo mais fraco em 2023.

Isso porque há sinais de continuidade de ambiente de juros básicos mais elevados, uma forma de combater avanço inflacionário – o que, na prática, acaba inibindo maior potência de consumo, a diminuir cadência de atividade econômica, lembrou ele.

Assim, para o técnico, a permanência do emprego em cenário favorável dependerá principalmente da trajetória futura da economia, reiterou ele. “O mercado de trabalho está bom. Mas, por melhor que esteja, ainda tem muito a avançar”, resumiu.

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