Especialista diz que Rússia deve promover ciberataques contra países que impuserem sanções mais duras

CEO da Citadel avalia que ataque pela internet faz parte da tática de guerra russa

Vista do Palácio do Kremlin, sede do governo russo, em Moscou (Foto: Pexels)
Vista do Palácio do Kremlin, sede do governo russo, em Moscou (Foto: Pexels)

Os ciberataques de limpeza e sequestro de dados direcionados a organizações ucranianas e lituanas na madrugada de hoje são um sinal de que o governo de Vladimir Putin deve lançar mão de seu armamento cibernético contra os países que impuserem sanções econômicas mais pesadas à Rússia, alerta Augusto Schmoisman, CEO da empresa israelense de cibersegurança Citadel.

“Se os cibercrimonosos atacam a base da infraestrutura de um país — serviços de energia, comunicações, bancos, abastecimento de água e comida — não há governo que aguente”, afirma o executivo da empresa especializada em defesa digital.

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A Rússia já é uma potência das invasões cibernéticas. Entre julho de 2020 e julho de 2021, o país originou 58% dos ciberataques a organizações públicas e privadas do mundo, segundo o Relatório de Defesa Digital da Microsoft. Em segundo lugar está a Coreia do Norte, que originou 23% dos ataques.

O mesmo estudo mostra que os Estados Unidos são o principal alvo dos cibercriminosos, tendo recebido 46% dos ataques cibernéticos nos 12 meses até junho do ano passado. Na sequência está a Ucrânia, que foi invadida hoje pelas tropas russas, e recebeu 19% dos incidentes.

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Embora o governo americano tenha uma boa infraestrutura de defesa digital, Schmoisman lembra de ataques bem-sucedidos recentes como o sequestro de dados (ransomware) da operadora de dutos de combustíveis dos Estados Unidos, Colonial Pipeline, em maio do ano passado.

Já no começo de 2020, um grupo cibercriminoso russo teve acesso aos sistemas operacionais de vários departamentos do governo dos EUA, explorando uma falha na infraestrutura da empresa de monitoramento de redes e aplicativos SolarWinds.

“Uma das grandes armas da Rússia é a cibernética, sem falar da China e da Coreia do Norte”, diz o especialista, que não descarta o envolvimento de hackers de outros países aliados à Rússia nas retaliações cibernéticas durante a guerra na Ucrânia.

O CEO da Citadel também nota que o temor do impacto financeiro provocado por ciberataques organizados pelos hackers russos, pode influenciar a duração do confronto. “O ataque cibernético faz parte da tática de guerra da Rússia e isso pode encurtar o período de conflito”.

Com Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico

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