Ethereum cai 6% após atualização e analistas falam em correção

Analistas avaliam que que a baixa é de curto prazo e que não há possibilidade de bugs ou problemas de segurança no novo sistema

Peter Patel/Pixabay
Peter Patel/Pixabay

O ethereum opera em queda depois de ter concluído na madrugada a maior e mais importante atualização de sua história, o chamado “The Merge”, pelo qual mudou seu sistema de validação de Proof of Work (PoW) para Proof of Stake (PoS). A baixa dos tokens ether (ETH) é maior do que aquela registrada pelo bitcoin (BTC) e pelos índices acionários dos Estados Unidos.

Perto das 17h31, o ether, moeda digital da rede ethereum, tinha queda de 5,8% a US$ 1.504 em 24 horas e o bitcoin cai 0,7% em 24 horas, a US$ 19.815, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas é de US$ 1,01 trilhão. Em reais, o bitcoin registra valorização de 0,49% a R$ 104.034, enquanto o ethereum tem perdas de 4,61% a R$ 7.922, de acordo com valores fornecidos pelo MB.

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Em Wall Street, o índice Dow Jones caiu 0,56% a 30.961 pontos, o S&P 500 teve queda de 1,13% a 3.901 pontos e o Nasdaq, focado em empresas de tecnologia, recuou 1,43% a 11.552 pontos.

No caso do ethereum, Tasso Lago, gestor de fundos privados em criptomoedas e fundador da Financial Move, avalia que a baixa é de curto prazo porque antes os investidores especulavam com a expectativa pela atualização e agora não possuem mais nenhum grande evento no horizonte. “O mercado dá um repique na euforia, mas o ‘The Merge’ foi um grande sucesso. No longo prazo, ele torna o ethereum mais escasso, e deve atingir novas máximas. No curto prazo há muito ruído”, avalia.

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Lars Janér, head do fundo Lupa Web3 da KPTL, comenta que o movimento hoje não reflete preocupações técnicas como a possibilidade de bugs ou problemas de segurança no novo sistema de validação da rede, mas demonstra muito mais uma desmontagem de posições de quem estava comprado na tese do “Merge”. “O ethereum está caindo mais pela movimentação das carteiras pré-Merge, com teses de que cairia muito ou subiria muito, mas tinha gente se posicionando para um possível fork [divisão da rede em duas] e essa possibilidade está bem menos possível”, argumenta.

Com a volatilidade atual, Janér entende que é difícil prever o que acontecerá na semana que vem, de modo que é preciso buscar ativos com alguma função no mundo real. “Vários dos projetos passarão por muitas oscilações. Pode às vezes cair sem motivo ou subir sem razão, mas agora vamos entrar em uma nova fase, pois esta atualização e as próximas tornarão o Ethereum mais amigável para o meio ambiente, mais rápido e mais barato, podendo ocorrer uma explosão de novas aplicações no protocolo”, defende.

Vale lembrar que depois da atualização da última madrugada, que tornou a rede mais ambientalmente sustentável por acabar com o sistema de mineração de criptomoeda, o Ethereum terá novos upgrades no ano que vem, com o objetivo de simplificar as bases de códigos e aumentar o poder de processamento da rede, ampliando, com isso, a quantidade de transações que podem ser feitas na rede.

Hoje, o Ethereum consegue fazer entre 15 e 20 transações por segundo, bem menos que outras redes como a Solana, algo que atrai investidores e desenvolvedores de aplicações de finanças descentralizadas para o protocolo concorrente apesar dele ser considerado menos seguro que a plataforma do Ethereum.

Em relação ao bitcoin, o consenso é que a maior das criptomoedas seguiu o desempenho de Wall Street, que refletiu sobre dados econômicos conflitantes da economia dos EUA, como o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) da última terça (13), os pedidos por seguro desemprego da semana, que vieram melhores que o esperado, e as vendas do varejo, que bateram expectativas, mas foram negativas quando se exclui o setor automotivo.

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