Fed: Levará tempo para que EUA sintam o efeito da alta de juros e inflação recue

O banco central americano elevou as taxas em três pontos percentuais desde março, o intervalo mais rápido de aumentos de taxas desde o início dos anos 1980

Sede do Federal Reserve em Washington, D.C. (Foto: Reuters)
Sede do Federal Reserve em Washington, D.C. (Foto: Reuters)

A vice-presidente do Federal Reserve (Fed), Lael Brainard, alertou que levará tempo para que alta acelerada de juros do banco central neste ano reduzam a inflação que atingiu máximas de 40 anos.

“A política monetária será restritiva por algum tempo para garantir que a inflação volte” para a meta de 2% do banco central, disse Brainard, nesta segunda-feira (10).

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“Levará tempo para que o efeito cumulativo de uma política monetária mais apertada funcione na economia e reduza a inflação”, afirmou ela.

O Fed elevou as taxas em três pontos percentuais desde março, o intervalo mais rápido de aumentos de taxas desde o início dos anos 1980.

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Seu último aumento no mês passado trouxe sua taxa de referência para uma faixa entre 3% e 3,25%, e as autoridades indicaram que estão preparadas para aumentar as taxas ao longo de suas duas últimas reuniões deste ano para cerca de 4,25%.

Brainard, que faz parte do círculo interno de discussões de formulação de políticas com o presidente do Fed, Jerome Powell, não deu detalhes sobre as perspectivas das taxas em seus comentários preparados antes da reunião anual da Associação Nacional de Economia Empresarial em Chicago.

2023 deve trazer alívio

Mas seus comentários citaram uma lista de razões pelas quais a economia provavelmente desaceleraria no próximo ano, incluindo os efeitos dos rápidos aumentos das taxas pelos bancos centrais em todo o mundo, o que pressionaria a inflação para baixo.

“A moderação na demanda devido ao aperto da política monetária só foi parcialmente percebida até agora”, disse Brainard.

Ela afirmou ainda que as condições financeiras mais amplas dos EUA se apertaram rapidamente nos últimos meses, o que significa que os custos dos empréstimos aumentaram e os valores das ações e outros ativos caíram. Esses desenvolvimentos podem desacelerar investimentos, gastos e contratações.

Brainard também disse que dados recentes sobre a poupança do consumidor sugerem que as famílias podem ter menos colchão financeiro do que o estimado anteriormente, o que pode manter o consumo moderado nos próximos meses.

“À luz da elevada incerteza econômica e financeira global, avançar deliberadamente e de maneira dependente de dados nos permitirá aprender como a atividade econômica, o emprego e a inflação estão se ajustando ao aperto cumulativo, a fim de informar nossas avaliações sobre o caminho da taxa”, disse ela.

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