EUA: Inflação (PCE) avança 0,6% em janeiro e 5,4% em 12 meses; acima das projeções

O núcleo do PCE – que exclui a variação dos preços de alimentos e combustíveis – avançou 0,6% em janeiro ante dezembro, acima do que esperava o consenso, 0,4%

Conheça as aristocratas dos dividendos, ações pagam dividendos crescentes há décadas -  Foto: Lisa Marie David/Reuters
Conheça as aristocratas dos dividendos, ações pagam dividendos crescentes há décadas - Foto: Lisa Marie David/Reuters

A inflação medida pelo Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) avançou 0,6% em janeiro na comparação com dezembro e acumulou 5,4% nos últimos 12 meses. O resultado ficou acima da projeção média do mercado, que previa 0,5%.

O resultado é mais um indicativo de que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), do Federal Reserve, deverá seguir sua política de aumento de juros para controlar a inflação, podendo causar uma recessão na maior economia do mundo e retirar a atratividade das bolsas ao redor do mundo, especialmente dos países emergentes.

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Núcleo

O núcleo do PCE – medida que exclui a variação de preços como combustíveis, energia e alimentos – avançou 4,7% no acumulado de 12 meses encerrado em janeiro. A mediana das projeções do mercado esperava por uma alta de 4,4%.

Em janeiro, o núcleo subiu 0,6% ante dezembro, enquanto o mercado projetava alta de 0,4%.

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O núcleo é a medida que o Fed leva mais em conta na hora de discutir sua política monetária, pois exclui os efeitos inflacionários de preços controlados.

Categorias de preços

Em janeiro, os preços dos alimentos aumentaram 0,4% e os da energia subiram 2%. No acumulado de 12 meses, os preços dos bens aumentaram 4,7% e os serviços avançaram 5,7%. Os preços dos alimentos cresceram 11,1% em um ano e de energia 9,6%.

Renda Pessoal

Segundo o Bureau de Análises Econômicas do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, que divulga o PCE, a renda pessoal aumentou 0,6% em janeiro e a renda pessoal disponível (DPI) aumentou 2,0% no mês.

O DPI real aumentou 1,4% e o PCE real aumentou 1,1%, os bens aumentaram 2,2% e os serviços 0,6%.

Segundo o Bureau, o aumento da renda pessoal em janeiro foi impulsionado pelo aumento na remuneração, refletindo salários tanto nas indústrias de serviços quanto nas produtoras de bens.

Os benefícios sociais do governo diminuíram em janeiro, refletindo uma queda em “outros” benefícios que foi parcialmente compensada por um aumento na Previdência Social. A diminuição em “outros” benefícios refletiu principalmente a expiração do crédito fiscal estendido para crianças (conforme autorizado pelo American Rescue Plan), bem como um declínio nos créditos fiscais reembolsáveis únicos emitidos pelos estados.

O aumento na Previdência Social refletiu principalmente um ajuste de custo de vida de 8,7%.

As despesas pessoais aumentaram US$ 326,8 bilhões em janeiro. A poupança pessoal foi de US$ 918,8 bilhões e a taxa de poupança pessoal – poupança pessoal como porcentagem da renda pessoal disponível – foi de 4,7%.

CPI x PCE

As principais diferenças entre os índices de inflação americanos, CPI (Índice de Preços ao Consumidor) e PCE, é que o CPI abrange despesas diretas com os bens e serviços comprados, mas exclui os gastos que não são pagos diretamente, como assistência médica. Já o PCE inclui essas despesas em seu cálculo, além disso, o PCE contabiliza a substituição entre mercadorias quando um bem fica mais caro, e o CPI utiliza mesma a cesta regularmente.

Reação do mercado

O dólar avança após a divulgação da inflação nos Estados Unidos referente ao mês de janeiro. A força da moeda americana frente ao real seguiu o movimento do dólar globalmente.

Às 11h40, o dólar comercial avançava 1,19%, R$ 5,19.

Wall Street aprofunda perdas e os rendimentos dos Treasuries dispararam após os dados mostrarem uma economia americana ainda aquecida.

O rendimento do título com vencimento de dois anos tinha alta de 4,78%, enquanto o rendimento da T-note de 10 anos avançava para 3,941%.

O que dizem os analistas?

Segundo o economista Guilherme Sousa, da Ativa Investimentos, a casa viu a divulgação como “hawkish”, mesmo à despeito da surpresa baixista em “renda pessoal”, por outro lado, o dado de “gasto pessoal” avançou bem mais que o esperado no período.

“Em outras palavras, o resultado de hoje coloca novamente pressão adicional sobre os juros, ampliando a probabilidade de assistiremos ao menos mais duas elevações de 0,25 ponto percentual (ou 25 bps) da Fed Funds Rate, ante uma alta que de 25 bps que projetávamos anteriormente”, completou.

Assim, projetamos que o Fed deverá conduzir a taxa básica de juro até 5,00%-5,25% encerrando o ciclo de alta daqui a duas reuniões, sendo que o pace deverá permanecer 25bps em ambas.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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