‘Faraó dos Bitcoins’: PF investiga internacionalização de esquema envolvendo criptos

Glaidson Acácio dos Santos está entre os alvos da quarta fase da Operação Kryptos, chamada Flyer One

Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como 'Faraó dos Bitcoins'. Foto: Reprodução
Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como 'Faraó dos Bitcoins'. Foto: Reprodução

A Polícia Federal (PF) deu início à quarta fase da Operação Kryptos, chamada Flyer One, em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Federal (MPF). As duas ações visam desarticular uma suposta organização criminosa responsável por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas, no Brasil e no exterior, detalhou a PF. Na fase da operação deflagrada nesta quinta-feira, foram apreendidos dez veículos de luxo, avaliados em cerca de R$ 6 milhões.

Segundo apuração da TV Globo, um dos alvos da operação seria Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como “Faraó dos Bitcoins”, preso desde o ano passado também por supostos crimes envolvendo criptomoedas.

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Em nota, sem citar nomes dos alvos, a PF detalhou que cerca de 25 policiais federais cumprem cinco mandados de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão, nas cidades do Rio de Janeiro (RJ) e de Cabo Frio (RJ). Também houve inclusão de alvos que estão nos Estados Unidos em lista conhecida como “difusão vermelha” (red notice) da Interpol, que visa localizar indivíduo para fins de extradição e posterior prisão.

Ao detalhar a investigação que originou a operação, a PF informou que suas apurações mostraram uma organização criminosa com extensão de atuação ilícita para o exterior, com a promoção de captação de recursos financeiros de terceiros nos Estados Unidos, Portugal e de outros países.

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Segundo a PF, nos Estados Unidos a atuação foi estruturada por um indivíduo que saiu do Brasil portando passaporte falso. Isso porque esse indivíduo teria, de acordo com investigações policiais, condenação prévia por tráfico internacional de drogas, ocasião na qual fora preso por ser um dos pilotos responsáveis pelo transporte de drogas do cartel comandado pelo narcotraficante colombiano já morto Pablo Escobar.

Ainda de acordo com a PF, a suposta atividade criminosa teria se desenvolvido por meio de documentos falsos, principalmente mediante a criação de “invoices” sem lastro. As chamadas “invoices” são documentos similares a uma nota fiscal, utilizadas para cobrança de valores de transações comerciais feitas entre empresas do Brasil e seus clientes que estão em outros países.

O uso de “invoices” foi feito para que fosse justificada uma grande quantidade de depósitos nas contas da empresa criada em solo americano, informou a Polícia. A saída dos valores se dava por meio do depósito, em favor do líder da organização criminosa, de criptoativos lastreados no dólar americano, também chamados de “stablecoins”, detalhou a PF.

O indivíduo, de acordo com a PF, também foi o responsável por viabilizar a documentação necessária à estadia dos líderes da organização criminosa em solo americano, bem como por satisfazer uma série de compras. É o caso da aquisição de uma aeronave com capacidade para 19 pessoas, informou a PF.

A PF detalhou que os investigados, caso sejam comprovados seus crimes, poderão responder por prática dos crimes de emissão ilegal de valores mobiliários sem registro prévio, organização criminosa e lavagem de capitais. Se condenados, poderão cumprir pena de até 22 anos de reclusão, detalhou a PF.

Ainda segundo a Polícia Federal, o nome da operação é em homenagem ao primeiro avião dos norte-americanos irmãos Wright, pioneiros na aviação mundial.

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