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Faz um Pix: Shopee, Google Pay e Mercado Bitcoin estão chegando
Shopee, Google Pay, Mercado Bitcoin, cartões Ticket.
Estes e outros quase 90 nomes estão na fila para receber do Banco Central a licença para poderem ser integrantes do Pix.
O movimento ilustra como um grupo crescente de empresas não financeiras está buscando surfar o sucesso do sistema eletrônico de pagamentos no Brasil.
“A gente quer ser um participante ativo do sistema financeiro”, disse Fabrício Tota, diretor de Novos Negócios no Mercado Bitcoin.
A corretora de criptomoedas, que obteve licença de instituição de pagamentos poucos meses atrás, enxerga um sem-número de oportunidades para transações com o Pix, inclusive para compras internacionais. Eles ainda aguardam a licença para operar efetivamente o pix.
Sucesso rápido
Prestes a completar três anos de sua estreia, o Pix tem atualmente 801 instituições participantes, quase todas bancos, carteiras digitais e cooperativas de crédito.
Com a rápida aceitação do público – alcançando 80% da população adulta no país -, o que inicialmente foi um mecanismo exclusivo para pagamentos entre pessoas rapidamente ganhou relevância comercial.
Atualmente, o mecanismo responde por 1/3 das transações feitas entre pessoas e empresas, segundo dados do BC, a maioria de pequenos negócios.
Isso catapultou o Brasil para a vice-liderança mundial em pagamentos instantâneos, com mais de 30 bilhões de transações em 2023, só atrás da Índia.
Com isso, o sistema tem atraído empresas de grande porte oriundas de uma variedade de setores e geografias.
Estão na fila para receber a licença de participante direta do Pix corretoras de valores, plataformas de comércio eletrônico, redes varejistas, empresas de benefícios e bolsas de criptoativos, entre outras.
Por que?
Para especialistas, esse movimento reflete a busca de um universo crescente de empresas que querem ter um braço próprio de pagamentos, em busca de mais agilidade, flexibilidade, menos custos e fricções transacionais.
“Vai ser cada vez mais comum ver players como plataformas de conteúdo e de e-commerce terem próprios braços de Pix”, disse Rodrigoh Henriques, diretor da Fenasbac, hub de inovação apoiado pelo BC.
E o Brasil, vice-líder mundial em pagamentos em tempo real, à frente da China, segundo a consultoria ACI WorldWide, tem se revelado um importante campo de testes para empresas globais.
São os casos do portal de comércio eletrônico Shopee, de Singapura, e do Google Pay, braço de pagamentos do Google.
Na Índia, líder mundial em volume de pagamentos instantâneos, a versão local do Pix, UPI, já tem entre os integrantes o Google Pay desde 2019.
A tendência é que esse caminho seja seguido por empresas de redes sociais e de varejo, uma vez que ela é uma ferramenta poderosa não apenas para fisgar clientes em campanhas online, como também para engajá-los.
“Se estou jogando num game online e quero comprar uma skin ou espada nova, posso comprar por Pix”, ilustrou o diretor da Fenasbac.
No caso de temporadas de compras, como Natal, Black Friday e outras datas comemorativas, plataformas de comércio eletrônico podem amplificar o uso do mecanismo para incentivar compras por impulso.
Modelos alternativos
Simultaneamente, os próprios avanços regulatórios e a implementação de sistemas de pagamento instantâneo em mais países devem estimular o surgimento de novas soluções, dizem os especialistas.
Atualmente, 52 países têm algum sistema de pagamento nos moldes do Pix, segundo a ACI Worldwide.
Uma das tendências nesse sentido são as diferentes formas de pagamentos internacionais.
Em capitais latino-americanas, como Buenos Aires e Santiago, turistas já têm visto um número crescente de lojas que aceitam Pix.
Na prática, embora o pagador não veja, essas transações envolvem um sistema em que o vendedor transfere os recebidos entre uma conta mantida no Brasil e outra no seu país de origem.
Também, algumas corretoras de criptoativos já disponibilizam a clientes opções de pagamento com Pix envolvendo criptomoedas.
“É uma das coisas que pretendemos fazer em breve”, disse Tota, do Mercado Bitcoin.
Consultados, a Edenred, dona da marca de cartões de benefício Ticket, e a Shopee preferiram não se manifestar sobre seus planos para o Pix.
O Google Pay afirmou que a obtenção de aval do BC para atuar como iniciador de transação de pagamentos lhe permitirá oferecer mais opções de pagamento aos seus usuários.
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