Febraban: ‘Há visão equivocada de que os bancos gostam de juros altos’

Isaac Sidney, presidente da entidade, disse que o que os bancos querem é economia saudável e sustentável

Isaac Sidney, presidente da Febraban.
Foto: Claudio Belli/Divulgação/Febraban
Isaac Sidney, presidente da Febraban. Foto: Claudio Belli/Divulgação/Febraban

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, disse nesta sexta-feira que 2022 foi um ano desafiador e de poucos avanços do ponto de vista econômico. De acordo com ele, é preciso reagir ao “imobilismo” de um país que tem se conformado com pouco crescimento.

“Nossa obsessão será os bancos funcionarem como alavanca para o crescimento sustentável”, disse em almoço de fim de ano da Febraban, do qual também participam o ex-ministro Fernando Haddad (PT), cotado para o comando do Ministério da Fazenda no próximo governo, e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.

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Sidney afirmou que o Brasil tem experimentado “crescimento medíocre” e que a pauta do setor bancário não está vinculada à ideologia de um ou outro governante. “O crescimento e a geração de emprego e renda são a política social mais eficiente que pode existir”, disse.

“Sou a favor das políticas de distribuição de recursos para os mais vulneráveis, mas, sem o país crescer, daqui a pouco não teremos o que distribuir. Não há política social que se sustente sem o país crescer em níveis elevados e por períodos prolongados.”

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Sidney afirmou que os números do crédito são animadores, mas que há “espaço enorme” para expandir carteira de crédito e reforçou que é preciso ampliar a capacidade de atração do capital privado.

De acordo com o presidente da Febraban, para que o país alcance o crescimento sustentável, é preciso: estabilidade macroeconômica, com inflação controlada, existência de “funding” de longo prazo e ambiente de negócios com segurança institucional.

Sidney afirmou que é preciso avançar nas reformas tributárias e do Estado e na melhoria do ambiente de negócios. “Há visão equivocada de que os bancos gostam de juros altos. O que os bancos querem é economia saudável e sustentável”, disse.

De acordo com ele, é preciso se discutir os motivos de os juros terem chegado a um patamar alto. “Há uma espécie de custo-Brasil do crédito”, disse, acrescentando que é preciso combater as causas estruturais do spread.

Em sua fala, destacou que mais de 80% do spread bancário se deve aos custos de intermediação financeira. “Se o lucro dos bancos fosse zero, o spread ainda seria elevado”, disse, completando que “lucro não é pecado” e que rentabilidade do sistema financeiro “é sinal de robustez”.

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