Dólar sobe após mercado reduzir projeções para inflação e PIB

Os riscos fiscais permanecem no radar dos participantes do mercado, que aguardam, ainda, a indicação do ministro do Planejamento do futuro governo

Neste semestre, o dólar sofreu uma queda de 9,27%, a maior em sete anos. (Foto: Pixabay)
Neste semestre, o dólar sofreu uma queda de 9,27%, a maior em sete anos. (Foto: Pixabay)

O otimismo com os ativos brasileiros visto na semana passada, que gerou forte valorização do real, deu espaço a uma correção dos excessos no pregão desta segunda-feira no câmbio, em um dia de liquidez reduzida, já que o feriado do Natal deixou fechados os mercados americanos e europeus.

Enquanto os riscos fiscais permanecem no radar dos participantes do mercado, que aguardam, ainda, a indicação do ministro do Planejamento do futuro governo, a sazonalidade também jogou contra o real, diante de remessas para o exterior, que geraram demanda por dólar à vista e pressionaram o dólar “casado”.

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No fim da sessão desta sexta-feira, a moeda americana era negociada a R$ 5,2089 no mercado à vista, em alta de 0,84%, enquanto o dólar futuro para janeiro avançava 0,54%, para R$ 5,2080, por volta de 17h05.

Em alguns momentos do dia, o dólar “casado”, que é a resultante da diferença entre o futuro e o “spot”, chegou a operar negativo, o que atesta a maior demanda pelo dólar comercial. O “casado” só costuma ficar negativo às vésperas da formação da Ptax do fim do mês.

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O que está movendo os mercados?

No cenário local, o mercado financeiro baixou suas previsões da inflação e do PIB para 2022. De acordo com os analistas de mercado ouvidos, a inflação neste ano será de 5,64%. No boletim da semana anterior, essa previsão era de 5,76%.

Para o PIB (somatório das riquezas produzidas no país) , a previsão atual é de crescimento de 3,04%. Na semana anterior era de 3,05%.

O comportamento das expectativas inflacionárias, agora, deve ser uma das variáveis a atrair atenção dos investidores, já que irá guiar a percepção do mercado sobre o rumo dos juros, especialmente após a aprovação, na semana passada, da PEC da Transição.

“Apesar de avaliarmos as mudanças na PEC como positivas, o impacto fiscal ainda é bastante elevado. Ademais, acreditamos que o aumento de despesas — majoritariamente obrigatórias — será permanente e, nesse sentido, não vemos efeito econômico significativo da alteração do prazo de vigência da emenda constitucional de dois anos para um ano”, apontam os analistas da XP em relatório enviado a clientes.

Com grande parte da equipe econômica já revelada pelo governo eleito, o foco recai, agora, sobre quem comandará o Ministério do Planejamento. Até agora, Lula já anunciou os nomes de 21 de seus ministros. Ainda faltam 16 para completar a equipe.

Liquidez reduzida

O mercado doméstico ainda teve liquidez reduzida com os mercados europeus e americanos fechados por conta do feriado prolongado de Natal.

No cenário externo, os olhos do mercado seguem atentos ao aumento dos casos de Covid-19 na China, que afeta a atividade econômica e piora o sentimento dos investidores.

Na China, as autoridades esperam um pico de infecções pelo coronavírus dentro de uma semana e preveem uma pressão extra sobre o sistema de saúde do país. Ainda assim, a expectativa é que o gigante asiático continue a afrouxar as exigências de isolamento.

Segundo informou a Comissão Nacional de Saúde chinesa nesta segunda-feira, por exemplo, o país deixará de exigir quarentena para viajantes que chegarem ao país a partir de 8 de janeiro. além disso, a gestão da Covid-19 na China também será rebaixada da categoria A para B, menos rigorosa.

“Conforme a China avança para a reabertura, as atividades econômicas desaceleraram significativamente em meio a surtos nacionais, e isso pesa no sentimento dos investidores”, disseram analistas da Morgan Stanley em uma nota.

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