Fed indica que deve elevar juros em até 0,75 ponto em julho; bolsas de NY passam a subir

Ata da última reunião diz que a preocupação com a inflação alta justifica uma política monetária mais apertada

Foto: Pixabay
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A ata da reunião de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) de junho indica que os membros do Federal Reserve (Fed) esperavam continuar apertando as condições monetárias rapidamente, uma vez que as perspectivas para a elevada inflação nos EUA haviam se deteriorado.

De acordo com o documento, divulgado na tarde desta quarta-feira, os integrantes do Fed viam uma elevação de juros entre 0,5 e 0,75 ponto percentual como “apropriada” para a próxima reunião do Fomc, que será concluída no dia 27 de julho.

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A ata aponta, também, que os integrantes do BC americano “concluíram que as perspectivas econômicas justificavam um movimento em direção a uma política monetária restritiva, e reconheceram a possibilidade de que mesmo uma postura ainda mais restritiva poderia ser apropriada, caso as pressões inflacionárias persistam”. Eles também disseram que uma política monetária firme e uma comunicação clara e eficiente seriam essenciais para reduzir a inflação

A equipe do Fed revisou as suas projeções de inflação para o segundo semestre de 2022, em resposta a um crescimento acima do esperado dos salários nos EUA, mas a perspectiva era de que a inflação volte a se aproximar da meta de 2% do BC americano em 2024, quando se projeta que o índice PCE de inflação deve ficar em 2,2%.

O Fomc anunciou na última reunião uma elevação de juros de 0,75 ponto percentual, contrariando a sinalização que havia dado anteriormente, de alta de 0,5 ponto em junho, e a ata indica que os integrantes do BC americano estavam preparados para apertar ainda mais a política monetária, caso as pressões inflacionárias sigam elevadas. Nas duas últimas semanas, após a reunião, dados econômicos fracos e os temores de recessão têm feito com que alguns investidores reavaliem a probabilidade de uma aceleração do aperto monetário do Fed.

A ata indicou que os integrantes do Fed estavam mais pessimistas em relação ao crescimento econômico americano do que na reunião anterior, de maio, mas ainda esperavam uma recuperação do PIB no segundo trimestre, após uma queda inesperada nos primeiros três meses do ano. Ainda assim, a equipe do Fed reduziu projeções de crescimento econômico para o segundo semestre de 2022 e para 2023.

“A equipe continuou a projetar que o crescimento do PIB se recuperará no segundo trimestre e continuará sólido pelo restante do ano. No entanto, presume-se que a política monetária seja menos acomodatícia do que nas projeções anteriores, e o aperto das condições financeiras levou a equipe a reduzir as projeções para o PIB no segundo semestre de 2022 e para 2023”, diz a ata.

Bolsas revertem perdas e sobem após divulgação de ata

Se em um primeiro momento após a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed) os índices acionários mantiveram a instabilidade com algum viés pessimista, mais de 30 minutos depois, as referências registram ganhos e caminham para um fechamento em território positivo. O segmento de energia é o único que opera em queda entres os índices setoriais do S&P 500, acompanhando uma queda nos preços do petróleo.

Às 15h45, o índice Dow Jones operava em alta de 0,63%, enquanto o S&P 500 subia 0,71% e o Nasdaq crescia 0,63%. O dólar se manteve forte, com ganhos de 0,50%, a 107,061 pontos. Já entre os índices setoriais do S&P 500, apenas o segmento de energia operava com perdas, de 1,65%.

O rendimento do título do Tesouro americano de dez anos operava em alta, a 2,908%, de 2,805%, enquanto o yield da T-note de dois anos subia, a 2,930%, de 2,929% de ontem.

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