Maioria dos dirigentes do Fed defende corte em setembro se dados vierem como esperado

Para o Fomc, a atividade econômica americana tem se expandido a um ritmo menor que do ano passado, a inflação progrediu mais em direção à meta de 2% e o mercado de trabalho do país desacelerou

Embora os dirigentes do Federal Reserve (Fed) ainda queiram observar a evolução dos dados macroeconômicos antes de declarar vitória contra a alta inflação, a “vasta maioria” considerou que um corte de juros em setembro provavelmente será apropriado se os indicadores seguirem a trajetória esperada.

Isso é o que mostra a ata da reunião de 30 e 31 de julho do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), colegiado que toma as decisões de política monetária do banco central dos Estados Unidos.

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Na avaliação dos membros do Fomc presentes na reunião, a atividade econômica americana tem se expandido a um ritmo menor que do ano passado, a inflação progrediu mais em direção à meta de 2% e o mercado de trabalho do país desacelerou.

Esse conjunto de fatores, de acordo com a ata, aumentou a confiança dos dirigentes no cumprimento das metas de estabilidade de preços e pleno emprego do Fed.

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Vários dirigentes, inclusive, avaliaram que havia um “caso plausível” para cortar os juros em 0,25 ponto percentual já na reunião do mês passado e que poderiam ter apoiado tal decisão diante do progresso recente da inflação e o aumento da taxa de desemprego nos Estados Unidos.

Segundo a maioria dos dirigentes do Fomc, os riscos para o cumprimento da meta de pleno emprego aumentaram, enquanto vários outros membros do colegiado ressaltaram que os riscos para a meta de inflação diminuíram, diz a ata, publicada na tarde de hoje.

Além disso, com o recuo da inflação, a política monetária fica mais apertada mesmo que os juros se mantenham no atual patamar de 5,25% a 5,5%, segundo avaliaram alguns dirigentes do Fed.

“Alguns participantes citaram o risco de que uma flexibilização gradual das condições do mercado de trabalho pudesse passar para uma deterioração mais séria. Muitos participantes observaram que uma flexibilização muito tarde ou insuficiente da política [monetária] poderia arriscar enfraquecer indevidamente a atividade econômica ou o emprego”, afirma o documento.

De acordo com a ata, muitos membros do Fomc afirmaram as leituras recentes do “payroll” (o relatório oficial do mercado de trabalho americano) podem estar superestimando o volume de empregos criados nos Estados Unidos.

Diante disso, “vários dirigentes avaliaram que os ganhos do payroll podem ser menores do que os necessários para manter a taxa de desemprego constante com uma taxa de participação da força de trabalho estável”.

Embora os riscos de manter a política monetária muito restritiva tenham sido mais citados, “vários participantes destacaram que reduzir o aperto monetário muito cedo ou em demasia arriscaria uma ressurgência da demanda agregada e uma reversão do progresso da inflação”, releva a ata do Fomc.

Por fim, os banqueiros centrais avaliaram que as expectativas inflacionárias de longo prazo seguem ancoradas e a equipe de economistas do Fed projeta que a inflação fique próxima da meta de 2% em 2026.

Os economistas do banco central americano ainda avaliaram que a qualidade do crédito nos Estados Unidos segue “sólida” para grandes e médias empresas, mas continuou se deteriorando em outros setores da economia.

Com informações do Valor Econômico

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