Fim da alta de juros? Copom pode dar resposta esperada por investidores e mercado imobiliário

Analistas esperam que taxa Selic seja elevada em 0,5 ponto percentual, para 13,75% ao ano

Sede do Banco Central, em Brasília-DF. Foto: Rodrigo Oliveira/BCB
Sede do Banco Central, em Brasília-DF. Foto: Rodrigo Oliveira/BCB

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) se reúne na terça (2) e na quarta-feira (3) desta semana para decidir o rumo dos juros no país. A taxa básica Selic está em 13,25% ao ano desde junho, e a maioria dos analistas aposta em uma nova elevação de 0,5 ponto percentual nesta semana, para 13,75% ao ano.

Se o próximo passo é amplamente esperado, maior é a expectativa do mercado financeiro sobre a sinalização que a autoridade monetária pode dar a respeito do fim do ciclo de aumento dos juros, que começou em março de 2021 em resposta à disparada da inflação iniciada na pandemia de Covid-19 e agravada pela guerra da Rússia à Ucrânia.

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A pesquisa semanal realizada pelo BC no Boletim Focus aponta que a mediana das projeções dos analistas de mercado é de que a Selic termine 2022 em 13,75% ao ano – ou seja, a trajetória de elevação terminaria agora. Essa é a resposta que os investidores e diversos outros setores da economia, como o empresariado e o mercado imobiliário, esperam ansiosamente.

O aumento da Selic foi muito rápido e acentuado. Mas, para um país que ainda tem na memória os tempos de juros na casa dos 45% anuais, como era em 1999, até que dá para administrar taxas um pouco mais altas do que os 2% vistos entre agosto de 2020 e março de 2021, menor nível da história. É claro que é melhor ter juros baixos, porém mais difícil é conseguir ficar de pé no barco que está flutuando ao sabor das ondas. Com a estabilização da Selic, seja em 10%, 13,75% ou 20% ao ano, é possível vencer o medo que a incerteza traz e voltar a fazer algum planejamento.

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Os investidores conseguirão calcular melhor os ganhos para a renda fixa nos próximos meses, e, dessa maneira, comparar com os riscos de comprar ações de empresas na Bolsa de Valores. Inclusive porque também será possível calcular como essas empresas vão se sair na gestão de suas dívidas já existentes e diante da vontade de contrair novos empréstimos para ampliar a operação, variáveis decisivas para o seu desempenho.

O mercado imobiliário também vai se beneficiar demais de uma definição. Quem tem imóveis como investimento poderá estimar ganhos futuros e decidir se essa é realmente a melhor opção para seu capital. Ao mesmo tempo, quem quer comprar um imóvel terá mais segurança de assumir um financiamento porque saberá se as parcelas do financiamento vão caber no seu bolso.

A resposta vem no começo da noite de quarta (3), quando, ao anunciar sua decisão, o Copom explica suas razões em um breve comunicado. Na semana seguinte, divulga a ata da reunião, com mais detalhes do debate que levou a tal resolução.

Alianças para a eleição

A semana política pode trazer eventos que contribuiriam para definir o cenário das eleições presidenciais. No sábado (30), André Janones, candidato do Avante à chefia do Executivo, admitiu apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já no primeiro turno. Espera-se que conversem sobre a ideia nos próximos dias. A aproximação de Lula de uma determinada ala do União Brasil, que poderia ter como consequência a retirada da cadidatura de Luciano Bivar à Presidência, também está animando a oposição ao incumbente, Jair Bolsonaro (PL).

Agenda da semana

Domingo (31)

  • 22h45 – China: PMI industrial (julho)

Segunda-feira (1)

  • Balanços – Antes da abertura do mercado: GetNet
  • 5h – Zona do Euro: PMI industrial (julho)
  • 6h – Zona do Euro: Taxa de desemprego (junho)
  • 8h25: Boletim Focus (semanal)
  • 10h45 – EUA: PMI industrial (julho)
  • Balanços – Após o fechamento do mercado: TIM, Movida, Marcopolo, Pague Menos

Terça-feira (2)

  • 9h: Produção industrial (junho), do IBGE
  • 17h30 – EUA: Estoques de petróleo bruto
  • 19h45 – EUA: Discurso de James Bullard, presidente da sucursal Saint Louis do Fed (Federal Reserve)
  • Balanços – Após o fechamento do mercado: Engie, Cielo, Iguatemi, JSL

Quarta-feira (3)

  • Balanços – Antes da abertura do mercado: Gerdau
  • 5h: IPC-Fipe (mensal)
  • 5h – Zona do Euro: PMI composto (julho)
  • 6h – Zona do Euro: Vendas no varejo (junho)
  • 7h: Início da reunião da Opep
  • 9h: Produção industrial (junho), do IBGE
  • 10h45 – EUA: PMI Composto
  • 18h: Decisão do Copom
  • Balanços – Após o fechamento do mercado: PetroRio, Totvs, Ultrapar

Quinta-feira (4)

  • 5h – Zona do Euro: Decisão mensal do BCE
  • 9h30 – EUA: Pedidos iniciais de seguro-desemprego (semanal)
  • Balanços – Após o fechamento do mercado: Bradesco, Lojas Renner, Embraer, Simpar, Grendene, Sanepar, AES Brasil, Fleury

Sexta-feira (5)

  • 8h: IGP-DI (julho), da FGV
  • 9h: Produção de veículos (julho), da Anfavea
  • 9h30 – EUA: Relatório de emprego e taxa de desemprego (julho)
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