FMI: aperto monetário impede crescimento maior da economia brasileira em 2022
Fundo subiu de 0,3% para 0,8% a previsão de expansão do PIB do país no ano
O Fundo Monetário Internacional (FMI) explicou nesta terça-feira (19) que a revisão da previsão de crescimento para a economia brasileira, que passou de 0,3% para 0,8% em 2022, se deve aos preços mais altos das commodities, uma das consequências causadas pela guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Por outro lado, embora o Brasil esteja se beneficiando com as cotações mais elevadas da energia e dos produtos agrícolas, o Fundo destaca que o ciclo de aperto monetário adotado pelo Banco Central para conter a inflação impede que o crescimento do país seja ainda maior.
“Isso [a revisão] se deve muito ao apoio que a economia está recebendo dos termos de troca positivos e do choque dos preços mais altos das commodities”, afirmou a diretora-adjunta do Departamento de Pesquisa do FMI, Petya Koeva Books, em entrevista coletiva. “As ligações diretas [do Brasil] com a Ucrânia e a Rússia, em termos de impacto da guerra, são bastante limitadas.”
Apesar da revisão para cima, o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, destacou que o Brasil deve ter um dos menores crescimentos da região. Em conjunto, a América Latina e o Caribe, por exemplo, devem crescer 2,5% neste ano, segundo as estimativas da entidade. Para o México, a previsão é de expansão de 2%.
Questionados sobre o impacto da disputa presidencial sobre a economia, os representantes do FMI afirmaram que não comentam acontecimentos políticos, mas ressaltaram que, no geral, incertezas relativas às eleições não são um fator positivo para o crescimento.
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