FMI corta previsão de PIB do Brasil e do mundo para 2025-26 após tarifaço
Para organismo internacional, a guerra tarifária põe em risco a recuperação da economia global, que vinha se ajustando a uma série de choques desde a pandemia de Covid-19

O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou as previsões de crescimento econômico global para o biênio 2025 e 2026, semanas após a guerra tarifária deflagrada pelos Estados Unidos.
No seu relatório trimestral divulgado nesta terça-feira (22), o organismo multilateral passou a prever que a soma das riquezas globais deste ano agora deve crescer 2,8% sobre 2024.
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No caso do Brasil, o corte na expectativa de crescimento do PIB foi mais suave, passando de +2,2% para +2%, tanto em 2025 quanto em 2026.
Para os Estados Unidos, a expectativa do fundo para crescimento econômico recuou em 0,9 ponto percentual em relação ao relatório de janeiro, para +1,8% em 2025. Para o próximo ano, a redução foi menor, de 0,4 ponto percentual, para +1,7%.
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Alguns dos principais parceiros comerciais dos EUA, a propósito, estão entre os que terão maiores impactos econômicos.
Crescimento do PIB | 2025 | Previsão anterior | 2026 | Previsão anterior |
Mundo | 2,8 | 3,3 | 3,0 | 3,3 |
Estados Unidos | 1,8 | 2,7 | 1,7 | 2,1 |
Zona do euro | 0,8 | 1,0 | 1,2 | 1,4 |
China | 4,0 | 4,6 | 4,0 | 4,5 |
Brasil | 2,0 | 2,2 | 2,0 | 2,2 |
México | -0,3 | 1,4 | 1,4 | 2,0 |
“A economia global encontra-se num momento crítico”, afirmou o FMI em relatório.
O fundo observou que o aumento massivo de tarifas comerciais desencadeado pelo governo de Donald Trump se põe como um desafio para a economia mundial, que vinha se recuperando de uma série de choques desde a pandemia de Covid-19.
“Grandes mudanças políticas estão a redefinir o sistema comercial global e a gerar incertezas que, mais uma vez, põem à prova a resiliência da economia global”, diz trecho do documento.
Os Estados Unidos anunciaram, recentemente, várias ondas de tarifas contra parceiros comerciais, algumas das quais tiveram retaliações, como nos casos de Canadá, zona do euro e China.
Impactos mais fortes para México e China
O caso mais emblemático é o do México, para o qual o FMI agora espera uma contração do PIB de 0,3% em 2025, ante previsão anterior de +1,4%. Para 2026, a previsão do organismo é de que a economia mexicana crescerá 1,4%, contra previsão anterior, de +2%.
Para a China, alvo principal do governo Trump, o FMI agora espera expansão de 4% do PIB neste e no próximo ano, com cortes respectivos de 0,6 ponto e 0,5 ponto.
Já para a zona do euro as previsões do fundo são de aumento do PIB de 0,8% e de 1,2% em 2025 e 2026, respectivamente, ambas com redução de 0,2 ponto.
Desde o anúncio do aumento quase universal de tarifas pelos Estados Unidos, em 2 de abril, as bolsas de valores tiveram quedas históricas.
Segundo o órgão, ainda assim os índices preço/lucro nos Estados Unidos permanecem em níveis elevados no contexto histórico, levantando preocupações sobre o potencial de novas correções desordenadas.