FMI projeta ‘onda de recessão na Europa’ com corte total do gás russo

Economia da Itália poderia ser uma das mais afetadas

Vista do Coliseu, em Roma, na Itália. Foto: Pixabay
Vista do Coliseu, em Roma, na Itália. Foto: Pixabay

Uma interrupção total do fornecimento de gás por parte da Rússia poderia causar um efeito dominó de recessões na Europa Ocidental e Itália, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O Fundo prevê que ações russas para suspender o fornecimento à Europa desencadeariam contrações econômicas de mais de 5% no próximo ano na República Tcheca, Hungria, Eslováquia e Itália a não ser que os países compartilhassem seu gás e os preços fossem mantidos baixos de maneira artificial.

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O FMI ressalta que 42% das importações de gás da União Europeia (UE) vêm da Rússia e que oito países do bloco recebiam mais de 50% de suas importações de gás de Moscou antes da guerra de Vladimir Putin contra a Ucrânia.

A UE se prepara para um corte total do gás russo depois que o principal gasoduto entre o bloco e a Rússia, o Nord Stream 1, foi fechado para manutenção de rotina, porém membros do bloco acreditam que o fluxo não será retomado após quinta-feira, quando está marcado o fim dos consertos.

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Diante da situação de insegurança em relação à Rússia, o consumo de gás europeu já caiu 9% este ano, derrubando em 0,2 ponto percentual o PIB da UE, de acordo com o FMI. As simulações do fundo alertaram que, sem novos cortes, o impacto do fim do fornecimento russo pode se tornar muito pior no inverno.

A Comissão Europeia deve dizer na próxima semana aos Estados-membros que cortem o consumo “imediatamente”.

A projeção do FMI sugere que a economia europeia pode lidar com uma redução de 70% da oferta de gás da Rússia, mas haveria escassez se houvesse um embargo total às exportações. Os países europeus mais afetados só teriam acesso de 15% a 40% do suprimento necessário para atravessar o inverno.

Os piores impactos surgiriam se o gás não fosse compartilhado entre os países europeus, tanto devido a gargalos físicos no fornecimento quanto pelo acúmulo desesperado de gás por países com medo de ficar sem combustível.

O Fundo sugere que, se os governos querem proteger as famílias vulneráveis do aumento dos custos de energia, devem oferecer subsídios ou fornecer algum método de aumento de renda. Segundo o FMI, isso manteria incentivos para que as pessoas limitassem o uso de gás.

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