Em 2021, houve um salto no número de fusões e aquisições no país: foram 1.504 transações, um aumento de 44,9% em relação ao ano anterior. Parte desse movimento foi resultado de uma conjuntura mais favorável do que a atual, que conjuga alta de juros, inflação de dois dígitos no acumulado em 12 meses e a previsão de instabilidade durante o período eleitoral.
Um exemplo ocorreu na semana passada, com a compra do Banco Modal pela XP. O negócio representou uma escalada em uma estratégia de expansão que, por si só, já era considerada agressiva. Antes disso, o carrinho de compras da companhia já listava 14 aquisições desde o ano passado, com foco em participações minoritárias de gestoras e corretoras.
A iniciativa da XP não se trata de movimento isolado. Com mais capital em caixa e dispostas a ganhar fôlego para fazer frente a mudanças tecnológicas e de hábitos de consumo durante a pandemia, as empresas podem, a médio e longo prazos, dar continuidade a esse movimento de “comprar para crescer”.
De acordo com o especialistas, a tendência é que esse mercado continue crescendo nos próximos anos, ainda sob os efeitos dos mais de R$ 65,6 bilhões movimentados com as ofertas públicas de ações e com investidores de olho no futuro. Nos setores de tecnologia, comércio eletrônico e de saúde, o caminho adotado tem sido o de “verticalizar” negócios.
Segundo analistas, o cenário para M&A é mais atrativo do que o de IPOs em 2022. Os grandes bancos vão focar muito em M&A. É muito mais oportuno fazer essas aquisições quando o mercado está mais fragilizado. Você tem empresas capitalizadas, que se aproveitam da fragilidade de empresas menores para fazer aquisições.
No ano passado, 46 empresas estrearam na Bolsa por meio de ofertas iniciais de ação. O patamar recorde supera largamente o do ano anterior, quando 28 companhias fizeram IPOs. As operações, porém, foram mais concentradas no primeiro semestre.
Um dos efeitos do crescimento dos IPOs foi a ampliação de setores até então pouco representados na Bolsa, como os de tecnologia, varejo e saúde. Atualmente, o Ibovespa, principal índice da B3, é formado principalmente por empresas dos segmentos de petróleo e gás, com 21,4% de participação, e do setor financeiro, com 24,8%, segundo relatório da XP.