Os americanos aumentaram seus gastos em um ritmo mais lento em fevereiro, à medida que o surto de Covid-19 da Omicron diminuiu, mas a inflação permaneceu alta em meio à invasão da Ucrânia pela Rússia.
Os gastos do consumidor subiram em um ritmo ajustado sazonalmente de 0,2% em fevereiro em relação ao mês anterior, informou o Departamento de Comércio nesta quinta-feira (31). O resultado veio abaixo da taxa revisada de 2,7% em janeiro. A renda do trabalhador americano aumentou 0,5% em fevereiro em relação ao mês anterior, uma recuperação depois de permanecer quase estável em janeiro.
A inflação anual subiu para 6,4% em fevereiro, usando o índice de preços de gastos de consumo pessoal do departamento. Chamado de PCE, na sigla em inglês, este é o indicador preferido do Fed, o banco central dos EUA. O núcleo anual da inflação PCE, que exclui os preços voláteis de alimentos e energia, subiu para 5,4% em fevereiro.
Em fevereiro, a onda de infecções por Covid-19 da variante Omicron diminuiu, levando os consumidores a aumentar em 0,9% os gastos com serviços como jantar em restaurantes e viagens. Já os gastos com bens diminuíram.
As viagens, tanto para lazer quanto para negócios, se recuperaram mais rápido do que o esperado, disseram executivos das companhias aéreas, relata o jornal Wall Street Journal. As principais companhias aéreas dos EUA disseram, no início de março, que suas receitas no primeiro trimestre de 2022 provavelmente estarão no topo do que esperavam no início do ano, ou melhor.
Os consumidores norte americanos estão enviando sinais confusos sobre como se sentem em relação à direção da economia. O índice de confiança do consumidor, medido em março pelo Conference Board, associação empresarial sem fins lucrativos, mostrou que os consumidores estão otimistas com a situação do Covid e do mercado de trabalho. No entanto, estão preocupados com os impactos futuros da invasão da Ucrânia pela Rússia na inflação dos EUA.
O conflito no Leste Europeu elevou os preços da energia e das commodities, pressionando as cadeias de suprimentos. Isso vem gerando a escassez de bens, que por sua vez faz aumentar os preços de alguns produtos. E isso coloca pressão na inflação.
Embora a maioria das empresas diga que pode repassar os aumentos de preços, elas alertam que há limites para o que os consumidores estarão dispostos a tolerar antes que os preços altos comecem a reduzir a demanda.
A inflação e a escassez de bens e produtos nas gôndolas já levaram os consumidores a mudar de marcas mais caras para opções mais baratas. Cerca de 70% dos compradores dos EUA disseram ter comprado uma marca nova ou diferente da que tinham antes da pandemia, de acordo com uma pesquisa realizada de maio de 2020 a agosto de 2021 pela consultoria Daymon Worldwide.
Com agências.