Guerra pode levar BC a estender ciclo de alta da Selic, diz J.P. Morgan
Em relatório a clientes, banco alerta que a inflação deve se manter ainda mais pressionada
Embora as ligações diretas entre Brasil, Rússia e Ucrânia sejam pequenas, os efeitos indiretos do conflito na Europa, em especial o canal de preços de commodities, devem ser mais preocupantes para a economia brasileira, diante de um cenário já bastante desafiador para a inflação.
“No atual ambiente de pressão inflacionária persistente, o conflito geopolítico pode desencadear preocupações do Banco Central”, o que poderia levar a autoridade monetária a considerar um ciclo ainda mais longo de aperto dos juros, afirmam os economistas do J.P. Morgan.
Em relatório enviado a clientes assinado por Cassiana Fernandez, Vinicius Moreira e Cristiano Souza, o J.P. Morgan observa que, do lado negativo para a economia brasileira, a inflação deve se manter ainda mais pressionada. Na semana passada, o banco elevou sua projeção para o IPCA deste ano de 5,4% para 5,6%, o que distanciou ainda mais pressionada.
Na semana passada, o banco elevou sua projeção para o IPCA deste ano de 5,4% para 5,6%, o que distanciou ainda mais a estimativa de inflação do teto da meta de 2022 (5%), diante de novas projeções do J.P. para os preços do petróleo.
“Embora as importações de trigo do Brasil sejam relativamente baixas, um aumento de 10% no preço pode aumentar a inflação em cerca de 0,18 ponto percentual”, observam os profissionais do J.P. no relatório.
(Com Valor Investe)
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