Haddad: ‘Brasil está em situação que permite ter muita esperança sobre o futuro’

Ministro avalia que país está chamando cada vez mais a atenção do mundo por ter superado crises externas com resiliência

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Diogo Zacarias/MF
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Diogo Zacarias/MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, listou nesta segunda-feira (25) movimentações na geopolítica e vantagens naturais competitivas que permitem um futuro promissor ao Brasil.

Durante fórum de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), o ministro, ao apontar a posição favorável do Brasil, citou o conflito comercial entre Estados Unidos e China, a guerra na Ucrânia e o “enorme endividamento” dos países em desenvolvimento, o que não é o caso do Brasil, que não tem dívida significativa em dólar.

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“O Brasil está em situação que permite ter muita esperança sobre o futuro”, declarou Haddad.

Ele afirmou que o Brasil está chamando cada vez mais a atenção do mundo por ter superado crises externas com resiliência desde a crise financeira internacional de 2008. Mas não só por isso.

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Haddad, ao lembrar que quase metade da matriz energética brasileira vem de fontes limpas, acrescentou que o país tem vantagens competitivas ambientais que podem servir de base a uma nova industrialização.

Essa matriz energética renovável, disse, permite ao país dobrar a geração de energia limpa em até seis anos.

“Temos condições para atrair investimentos em produtos verdes, que podem ser produzidos no Brasil”, destacou.

Questão fiscal

Fernando Haddad disse também que o acerto fiscal depende do Congresso Nacional, após citar diversas medidas que aguardam a apreciação do Legislativo – entre elas, matérias de recuperação das contas públicas e de estímulo ao crédito.

Dentro da meta de zerar o déficit das contas primárias no ano que vem, o governo depende da aprovação no Congresso de um pacote de medidas, como a tributação dos fundos exclusivos e offshore, para levantar receitas adicionais de R$ 168 bilhões.

Haddad reafirmou que, aritmeticamente, o novo marco fiscal faz o ajuste ao longo do tempo, porém o ponto é o tempo que esse ajuste pode levar. Nesse sentido, após considerar que as tentativas de ajuste historicamente recaíram sobre os mais pobres, Haddad apontou a necessidade de corrigir distorções tributárias.

“O problema é que o tempo do marco fiscal é um pouco maior do que a área econômica entende ser adequado. Antes do tempo de maturar por dinâmica própria, temos que ajudá-lo a performar melhor no curto prazo”, comentou o ministro.

Haddad rechaçou a visão, manifestada na época das eleições, de que a troca de governo faria mal à economia. “A alternância de poder fará melhor ao País se tivermos condições de endereçar esses temas, que não são exclusivos do Poder Executivo. Não depende só do Poder Executivo”, declarou.

Ao considerar como legítima a defesa por corte de despesas, Haddad pontuou que o governo criou uma secretaria dentro do ministério do Planejamento para mapear politicas públicas e repensar programas.

Ele observou, porém, que, embora alguns deputados cobrem corte de gastos, o Congresso tem dificuldade de votar o projeto de lei que limita os supersalários do funcionalismo.

“Tem muita coisa que precisa ser feita logo. Estou convencido de que quanto mais zelo tivermos com essa questão fiscal, mais fácil a agenda desenvolvimentista vai andar”, disse Haddad no fórum da FGV.

Num momento em que citou ações do governo para evitar que o déficit primário chegasse a R$ 250 bilhões neste ano, como a reoneração dos combustíveis, Haddad lembrou que recebeu da administração anterior um orçamento com previsão de déficit de R$ 63 bilhões, mas que esta conta não considerava algumas despesas.

“Feitas as contas, chegamos a um déficit de mais de R$ 200 bilhões, o que considero inviável”, disse o ministro.

Com informações do Estadão Conteúdo

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