Haddad espera corte mais agressivo dos juros já em agosto
Próxima reunião para definir a taxa Selic já contará com diretores indicados pelo governo para o Banco Central
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que espera sensibilidade técnica do Banco Central para a redução dos juros, pois há espaço para a diminuição, inclusive de mais de 0,25 ponto porcentual.
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) será em agosto e já contará com a participação dos novos diretores indicados pelo governo, Gabriel Galípolo (política monetária) e Ailton Aquino (fiscalização).
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O ministro defendeu que eles levarão mais subsídios técnicos para o BC.
O ministro comentava que o país está pagando 10% de juro real ao ano, considerando a Selic em 13,75% ao ano e o patamar de inflação em torno de 4%.
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“Se o governo paga esse juro real, quem está comprando uma geladeira paga mais, 20% a 30%, e não cabe no bolso. Esperamos sensibilidade técnica da autoridade monetária”, disse o ministro em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da RedeTV.
A retomada de um patamar adequado de juros começa em agosto, na avaliação de Haddad. Ele disse que essa é a expectativa de “todo mundo”, do governo ao mercado, e que há espaço para um corte até maior do que o 0,25 ponto porcentual na Selic.
Nesse sentido, Galípolo e Aquino terão a missão de levar mais subsídios técnicos ao Copom.
“A tarefa desses novos diretores é levar novos subsídios técnicos para a tomada de decisão. Ninguém compõem bancada no Banco Central. Não há bancada de oposição ou situação no Banco Central. Isso não existe. O que queremos é que esses novos diretores levem mais subsídios técnicos para sustentar uma decisão que, quem sabe, coloque o Brasil em uma rota de crescimento sustentável”, disse Haddad.
Campos Neto no Senado
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta quinta-feira que a Casa ouvirá o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no dia 10 de agosto. O agendamento da audiência com Campos Neto é parte de um movimento do Senado para pressionar pela redução da taxa básica de juros.
Como mostrou o Broadcast Político, se a taxa básica de juros, a Selic, a 13,75% ao ano, não baixar em agosto, ganhará força o grupo que quer inviabilizar Campos Neto no cargo.
Pacheco disse que a ideia inicial era realizar a audiência no próximo dia 3. Porém, Campos Neto estará em período de silêncio, após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nos dias 1 e 2 de agosto.
O presidente do Senado disse não ter dúvidas de que o chefe da autoridade monetária comparecerá. As declarações ocorreram no Palácio do Planalto, depois da cerimônia de sanção do novo programa Minha Casa, Minha Vida.