Haddad: Temos um trimestre para anunciar medidas para colocar economia no rumo

Ministro da Fazenda reforçou que entre as prioridades estão o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assume o cargo em cerimônia no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).  Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assume o cargo em cerimônia no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A economia está desacelerando e “o primeiro trimestre é vital para a gente mudar o curso”, disse nesta terça-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ainda nesta semana, ele pretende levar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o “plano de voo” de sua pasta, com medidas de curto, médio e longo prazo. Entre as prioridades que precisam andar no primeiro semestre, explicou Haddad, estão o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária.

Segundo ele, a equipe está debruçada em reestimativas do cenário econômico e na primeira audiência com Lula apresentará o parecer junto com as primeiras propostas.

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“O tempo de implementação, a dimensão, ele [Lula] vai ter que decidir ouvindo toda a equipe; Acredito que em mais um ou dois dias a agenda estará aberta para levarmos a ele”, disse, em entrevista ao portal “Brasil 247”.

Questionado sobre a autonomia para conduzir a pasta, Haddad explicou que Lula participa “na hora de tomar uma decisão que tenha alcance político maior”.

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“Decisão de presidente a gente cumpre, mas é muito melhor alguém que assume suas decisões; Lula é conhecido por ouvir sua equipe, eu gosto desse estilo”, frisou.

Haddad acredita que o arcabouço que substituirá o teto de gastos e a reforma tributária podem caminhar juntos no Legislativo.

“Temos um trimestre para anunciar as medidas necessárias para colocar a economia brasileira no rumo certo”, pontuou. “A partir de abril, com as comissões formadas no Congresso, podemos encaminhar as medidas estruturais de que o Brasil precisa.”

A reforma tributária precisa ser “pragmática”, segundo o ministro, para vencer obstáculos que nos últimos anos impediram o avanço da matéria no Congresso. A partir de abril, o objetivo é tratar de impostos indiretos. Depois, serão discutidos Imposto de Renda e deduções, por exemplo.

“Sem aumentar a carga tributária, podemos recompor essa cesta de maneira a ter sistema menos regressivo. O pobre paga mais imposto proporcionalmente à renda do que o rico, diferente dos países desenvolvidos”, argumentou. “A situação chegou em tal nível de desorganização que há compreensão de que precisamos fazer alguma coisa.”

As PECs 45 e 110, que já tramitam no Congresso, representam avanço, segundo Haddad.

“O que temos que medir é o quanto podemos avançar. Às vezes, muita ambição inviabiliza a reforma, temos de ser pragmáticos”, observou.

O ministro disse ter ouvido da titular do Planejamento, Simone Tebet, que a reforma tributária só não foi votada porque o governo Bolsonaro não quis, preferia a volta da CPMF.

Questionado sobre a correção de distorções na tabela do Imposto de Renda, o ministro disse que a primeira providência será um pente-fino em abusos de deduções.

“Depois disso, vamos discutir, num âmbito de reforma, o que é mais justo para garantir sistema progressivo”, finalizou.

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