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Haddad: ‘Reforma tributária é para buscar justiça, e não mais arrecadação’
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considerou “correta” a calibragem do corte de juros feito pelo Banco Central (BC), que na quarta-feira (2) reduziu a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 13,25% ao ano, indicando a manutenção desse ritmo nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).
Em entrevista à GloboNews nesta quinta-feira (3), o ministro disse que a abertura do ciclo de flexibilização monetária é resultado de um trabalho “de ida e volta”, referindo-se a um conjunto de medidas tomadas no primeiro semestre em conjunto com o Congresso e tribunais superiores que reduziram a percepção de risco fiscal do Brasil.
“As agências de rating e o mundo notaram o resultado. Aí, era óbvio que o Banco Central iria reagir … Cabia ao Banco Central dar uma primeira sinalização. E essa sinalização veio com uma calibragem correta para o momento”, afirmou Haddad, acrescentando que um corte de 0,25 ponto porcentual da Selic poderia ter vindo já na reunião do Copom em maio.
Conforme o ministro, as preocupações com a desaceleração econômica na margem justificam tecnicamente o corte da taxa, mais arrojado do que boa parte do mercado aguardava, uma vez que, com queda na arrecadação, o governo não consegue alcançar as metas para o resultado primário das contas públicas.
“Se a arrecadação cair, vai tirar o primário de onde?”, questionou.
Haddad assegurou ainda que não está no horizonte do governo nenhuma alteração na banda para o primário do ano que vem, quando a promessa é zerar o déficit fiscal, com uma tolerância de 0,25 ponto porcentual do Produto Interno Bruto (PIB) para cima ou para baixo.
Reforma tributária
O ministro da Fazenda assegurou que o governo não vai usar a reforma de impostos tanto de consumo quanto de renda para buscar equilíbrio fiscal.
“A reforma tributária é para buscar justiça, e não mais arrecadação”, declarou em entrevista à GloboNews.
Ele afirmou que se for possível arrecadar mais com imposto de renda, haverá uma compensação na tributação do consumo.
Além de pontuar que o Brasil tem uma das menores taxas de tributação sobre heranças, num momento de discussão internacional do tema, Haddad voltou a defender a tributação de fundos exclusivos e offshores.
Segundo ele, mesmo que as vitórias do governo no Judiciário estejam espelhadas na peça orçamentária, o relator do orçamento terá que cortar despesas se projetos de geração de receita não forem aprovados.
Ao falar sobre o apoio ao governo nessa frente, Haddad disse que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ficou incomodado com quem disse que ele era contra a taxação de fundos exclusivos.
Com informações do Estadão Conteúdo
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