Haddad indica apoio a ideia que poderia antecipar troca de Campos Neto
Mudança no comando do Banco Central atualmente se dá no fim do segundo ano de mandato do presidente da República
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou, em entrevista do jornal O Globo, que apoia a ideia de integrantes do governo de antecipar o fim do mandato dos presidentes do Banco Central para encerramento do primeiro ano da gestão do presidente da República.
Pela lei de autonomia do BC, a possibilidade de troca no comando do BC se dá no fim do segundo ano de mandato do presidente da República.
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Na prática, atualmente, a indicação do substituto de Roberto Campos Neto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocorrerá no fim deste ano. Se valesse a ideia do governo, já teria acontecido no encerramento de 2023.
“Diria que um ano do mandato presidencial seguinte pode funcionar melhor do que dois anos, porque as decisões de política monetária têm efeito até 18 meses à frente. E há risco de um presidente indicado pelo governo anterior interferir na gestão do seguinte. Também entendo que a quarentena (para voltar ao mercado) de seis meses no Brasil é curta. Poderia ser dois anos”, afirmou Haddad.
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Desoneração da folha
Fernando Haddad afirmou ainda ao jornal O Globo que a Medida Provisória que estabelece as compensações pela extensão da desoneração da folha de pagamentos até 2027 estava “mais ou menos precificada com o Congresso”.
O pacote tem sido alvo de duras críticas de parlamentares e dos setores econômicos, já que prevê a reoneração gradual da folha de pagamentos. Além disso, a MP prevê a limitação das compensações tributárias decorrentes de decisões judiciais e a retomada da tributação sobre o setor de eventos.
“Essa MP já estava mais ou menos precificada com o Congresso. Conversei antes com os presidentes da Câmara (Arthur Lira) e do Senado (Rodrigo Pacheco), uma vez que não estava prevista no Orçamento a renúncia da desoneração (sobre a folha salarial). Menos ainda a questão dos municípios (que passaram a ter novo regime de contribuição previdenciária)”.
Pacheco, disse na quinta-feira passada, dia em que a MP foi anunciada, que a medida causou “estranheza” e que vai analisar o teor legal dela. Além disso, setores prometem agir judicialmente.
“Contestação judicial é normal, tudo que a Fazenda faz é assim”, disse Haddad na entrevista exclusiva.
Com informações do Estadão Conteúdo