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Halving: entenda o movimento que controla a inflação do bitcoin
Em um mercado tão cheio de volatilidade e surpresas, há um evento no mundo cripto que dá para prever: o halving. Também chamado de halvening, ele nada mais é que uma redução da produção de novas moedas bitcoin.
“O halving é um evento programado e um mecanismo criado por Satoshi para controlar o limite de unidades da moeda disponíveis no mundo”, explica Rony Szuster, analista cripto do time de research do Mercado Bitcoin.
Satoshi Nakamoto é o pseudônimo da pessoa – ou grupo – que criou o bitcoin. A criptomoeda foi projetada com base em uma oferta finita e o limite de bitcoins que podem ser criados, definido pelo próprio Nakamoto, é de 21 milhões. “Cálculos feitos com base na fórmula do halving indicam que esse é o número máximo de bitcoins que podem ser minerados” explica Rony.
Uma moeda de inflação controlada
A criação de novos bitcoins acontece quando os mineradores da rede são pagos depois de minerar corretamente um bloco. Ou seja, no próximo halving, esses mineradores passarão a receber menos unidades da cripto.
“Essa recompensa vai diminuindo até chegar em um ponto mínimo onde será tão pequena que será considerada zero. Assim, não teremos mais emissões de bitcoins”, ressalta Rony.
O halving acontece aproximadamente a cada quatro anos ou a cada 210 mil blocos de transações. A redução é uma maneira de controlar a inflação da moeda, mantendo a oferta de bitcoins controlada. Como a criação de novas unidades cai pela metade, a tendência é que a demanda aumente, assim como o preço.
Como foram os últimos ciclos de halving?
O mercado já passou por três halvings de bitcoin. O próximo está previsto para acontecer em 2024. Em todos os halvings passados a moeda valorizou.
O primeiro aconteceu no dia 28 de novembro de 2012 e teve uma redução na recompensa de 50 bitcoins para 25 por bloco. Já no segundo, no dia 16 de julho de 2016, a recompensa foi para 12,5.
Por fim, o último halving, no dia 11 de maio de 2020, levou esse total para 6,25 bitcoins. No próximo halving haverá uma diminuição para 3,125 nas recompensas.
“Esse evento tende a fazer com que o bitcoin se valorize simplesmente porque você está mexendo no balanço de oferta e demanda no mercado. No passado, isso gerou a valorização pois a demanda se manteve constante ou até aumentou depois do corte”, ressalta Rony.
O mesmo deve acontecer no halving de 2024?
Talvez não. Isso porque “o interessante de observar nesses ciclos é que a cada halving a moeda vai se valorizando cada vez menos. Com o passar do tempo o mercado tem mais bitcoins em circulação e menor é o impacto dessa redução na oferta e no preço dele” explica Rony.
Ou seja, pode ser que o bitcoin não se valorize tanto dessa vez. “O valor do próximo corte será relativamente pequeno em relação aos eventos anteriores. Esse choque de oferta não vai ser tão acentuado quanto no último ciclo, e assim por diante”, ressalta o especialista.
O poder da narrativa no mundo cripto
Por outro lado, segundo Rony, existe algo importante no mercado chamado poder da narrativa. “Isso acontece muito com as meme coins. Quando um ativo está em ênfase, as pessoas começam a comprá-lo na esperança de valorizar.
Com esse movimento, a moeda acaba realmente valorizando. No caso do bitcoin, mesmo que a oferta não caia tanto, talvez a demanda aumente bastante justamente por essa narrativa de valorização pós halving”, explica Rony.
Na visão do especialista, o corte do ano que vem deve sim movimentar uma valorização da moeda, mas em patamares menores. “Acredito que será mais puxado pelo lado da demanda e não da oferta, que é o contrário do que foi nos últimos ciclos”.
O que você, investidor, tem a ver com isso?
O movimento pode ser positivo para quem tem bitcoins (ou frações da moeda) na carteira. “Quem pretende ainda manter o investimento por muito tempo pode aproveitar outros ciclos e halvings no futuro”, ressalta Rony.
Por outro lado, é importante ter em mente que nada é certo. Afinal, mesmo sendo um evento programado, o mercado de cripto é volátil e imprevisível.
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