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Ibovespa recua sem apoio de Petrobras e Vale
A queda das ações da Petrobras e da Vale reverteu a trajetória mais positiva do Ibovespa na sessão desta quarta-feira (4) e fez o índice terminar o dia estável, com um recuo de 0,04%, aos 126.087 pontos, oscilando entre os 125.828 pontos e os 126.720 pontos. O volume financeiro do índice na sessão foi de R$ 16,4 bilhões e de R$ 22,0 bilhões na B3.
O desempenho do Ibovespa foi na contramão dos índices americanos, que fecharam o dia no azul. O Nasdaq subiu 1,30%, o S&P 500 teve alta de 0,61% e o Dow Jones avançou 0,69%.
A dificuldade em obter os votos necessários para aprovar a urgência dos projetos que tratam sobre o corte de gastos do governo permaneceu no radar dos investidores. Hoje, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que trabalhará nas próximas duas semanas para convencer os parlamentares das matérias, mas admitiu não ter votos suficientes para aprovar os requerimentos por causa da insatisfação com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as emendas parlamentares.
As ações PN da , Pietro Mendes, vai deixar a companhia e que o novo indicado será o atual conselheiro Bruno Moretti, que também é secretário de análise governamental do ministro Rui Costa na Casa Civil.
Para um gestor, que possui posição no papel e que preferiu não se identificar, a notícia “assusta mais do que parece”. Ele pondera que o indicado já faz parte do conselho e diz ver a correção no preço dos papéis hoje como exagerada. “Ele [Bruno Moretti] parece bem razoável. Não é uma pessoa que não entende nada e está lá para obedecer a ordens do PT”, resume.
Na visão do executivo, a indicação não irá mudar o plano estratégico para os próximos cinco anos, que foi anunciado no fim de novembro, e diz que irá manter a alocação nos papéis.
Analistas do Citi também avaliam que uma eventual troca do presidente do conselho da Petrobras teria “impacto neutro” na tese de investimentos da companhia. Em relatório, o banco afirma que uma mudança já era esperada e que o governo manterá a sua presença no conselho, com seis das 11 cadeiras.
Já as ações da Vale foram penalizadas pela terceira sessão seguida. Hoje, o BTG Pactual reduziu o preço-alvo dos recibos de ações negociados em NY (ADRs) da mineradora, de US$ 12 para US$ 11, e reiterou a visão mais neutra para os papéis.
Segundo relatório assinado por Leonardo Correa e Marcelo Arazi, mais revisões negativas poderão ocorrer em 2025 com a sinalização de preços mais fracos para o minério de ferro.
Apesar da melhora recente dos volumes de minério de ferro e da conclusão positiva do acordo indenizatório sobre a barragem da Samarco, a casa prefere ter uma maior clareza sobre o cenário mais amplo do mercado e diz ter dificuldade em ver um “aumento substancial” na avaliação dos papéis.
O estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, também cita que a companhia apresentou, ontem, projeções mais conservadoras de produção, o que decepcionou. “São momentos difíceis de traçar grandes cenários positivos com China desacelerando e podendo ser mais atingida por tarifas americanas, mas eles estimam entre 325 e 335 milhões de toneladas de minério em 2025 e entre 340 e 360 milhões em 2026”, diz.
Na ponta positiva da sessão ficaram as ações da BRF, que subiram 5,58% a R$ 27,80, ampliando a alta de 13,05% registrada ao longo dos últimos sete pregões. Já os papéis da Azzas 2154 foram o destaque negativo, com uma queda de 4,49% a R$ 35,09.
Os papéis da Ambev, por sua vez, ampliaram a tendência positiva e acumularam a quarta sessão seguida de alta, com um avanço de 0,58%. As ações são favorecidas pelo fato de a empresa conseguir repassar a inflação em um cenário de maiores pressões inflacionárias, além de apresentar uma forte geração de caixa.
*Com informações do Valor Econômico
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