Ibovespa ronda estabilidade enquanto investidores aguardam pacote fiscal

O Ibovespa não consegue se firmar em uma direção única e ronda a estabilidade nos negócios de hoje, em meio à cautela dos investidores antes da divulgação das medidas de contenção de despesas públicas. Após semanas de incertezas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou na sexta-feira que, após apresentar a minutas dos atos ao […]

O Ibovespa não consegue se firmar em uma direção única e ronda a estabilidade nos negócios de hoje, em meio à cautela dos investidores antes da divulgação das medidas de contenção de despesas públicas. Após semanas de incertezas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou na sexta-feira que, após apresentar a minutas dos atos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na manhã desta segunda-feira, o pacote fiscal poderia ser divulgado até amanhã.

Por volta de 13h, o Ibovespa caía 0,06%, aos 129.042 pontos. A mínima intradiária foi de 128.945 pontos, enquanto a máxima alcançou os 129.495 pontos. O volume financeiro projetado para o índice no dia é de R$ 12,7 bilhões.

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Nem a alta das ações ordinárias da Vale consegue impulsionar o índice. O papel da companhia sobe 0,34%, na esteira da alta do minério de ferro em Dalian. Já a ação preferencial da Petrobras sobe 0,08%, enquanto a ordinária cai 0,32%.

Na ponta negativa está JBS ON (-3,23%), em meio ao boicote de frigoríficos brasileiros contra o Carrefour no Brasil, após a rede na França deixar de comercializar carnes vindas do Mercosul. Já entre as maiores altas estão CVC ON e Azul PN, que avançam 7,51% e 4,23%, respectivamente.

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No cenário macroeconômico, o dia é de reuniões entre o presidente Lula, a Junta de Execução Orçamentária (JEO) e chefes de diversas pastas. Havia a expectativa, ainda, de que as medidas fossem conhecidas hoje, mas rumores na imprensa indicam que o anúncio será realizado amanhã.

Diante das incertezas com o corte de gastos públicos que se arrastam há semanas, uma pesquisa realizada pela XP Investimentos, e obtida pelo Valor, ouviu 71 players institucionais financeiros, e aponta que a maioria dos entrevistados espera um anúncio de cerca de R$ 40 bilhões em cortes de gastos em 2026. Os participantes acreditam, porém, que, na prática, as medidas produzam uma economia de apenas R$ 27,5 bilhões.

Além do montante do pacote, o sócio e gestor da Mantaro Capital, Paulo Abreu, chama a atenção para a qualidade das propostas, que tem o poder de subir ou derrubar os ativos locais. “Mais do que o valor, é a composição. Ver as medidas e a credibilidade, para ver o quão críveis são, principalmente agora que o mercado não dá o benefício da dúvida para o governo. Precisa ser algo bem concreto”, destaca.

O gestor também aponta que o descrédito do governo em torno da seara fiscal gerou um desinteresse pela bolsa brasileira, o que resultou em uma posição muito leve dos fundos e de altas retiradas do investidor estrangeiro. “Acho que o governo pode entregar um pacote suficientemente bom, os ativos de risco podem voltar a performar, a depender das medidas, se forem críveis e de uma intensidade necessária, afirma. “Não descarto que possa haver um rali na bolsa até o fim do ano. Acho que o combustível pode ser essa questão fiscal”, ressalta.

Por outro lado, caso o governo decepcione, Abreu acredita existir “espaço para a bolsa cair”, apesar dos preços das ações depreciados. “Tem espaço razoável para piorar, porque vemos que as empresas estão com resultados muito positivos e as ações estão baratas, mas o crescimento de hoje não vai ser sustentável com juros a 13,5% até 2030”, diz o gestor da Mantaro.

Na carteira, Abreu afirma que conta com mais ativos ligados à economia doméstica, justamente por acreditar que há oportunidades no cenário com baixo posicionamento no mercado brasileiro. No portfólio, há ações de mercados de capitais, como B3 e BTG, e construtoras como a Cyrela. Entre varejistas, destaca-se o Grupo Mateus.

*Com informações do Valor Econômico

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