- Home
- Mercado financeiro
- Economia
- Ibovespa termina sessão em leve alta com ajuda das ações da Petrobras
Ibovespa termina sessão em leve alta com ajuda das ações da Petrobras
Em compasso de espera pelas decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, o Ibovespa permaneceu “de lado” ao longo da sessão de hoje e encerrou o dia com leve alta de 0,18%, aos 135.118 pontos. A segunda-feira foi marcada pela subida dos juros futuros mais longos, na contramão de um recuo nos rendimentos dos Treasuries (títulos do Tesouro americano). O dia também foi de queda de 1,03% do dólar, que encerrou o pregão a R$ 5,5100 .
O volume financeiro do dia no índice foi de R$ 11,7 bilhões e de R$ 15,8 bilhões na B3. Na mínima intradiária, o Ibovespa bateu 134.870 pontos. Já na máxima, o valor chegou a 135.715 pontos.
A visão de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) poderá adotar um tom mais “dovish” na decisão desta quarta-feira passou a ser majoritária na sessão de hoje. Segundo dados compilados pelo CME Group, no fim do pregão, a probabilidade implícita de um corte de 0,50 ponto percentual (p.p.) passou para 65%. Na sexta-feira, agentes estavam divididos com as apostas em 50% para uma redução de 50 pontos-base (0,50 p.p.) ou de 25 pontos-base.
O dia foi de movimento misto nas bolsas americanas: o S&P 500 e o Dow Jones tiveram alta de 0,13% e 0,55%, respectivamente, enquanto o Nasdaq recuou 0,52%. Para o sócio-diretor da Quantzed, Leandro Petrokas, o pregão lá fora foi marcado pela migração de investidores das ações de tecnologia para as “small caps”.
Já no Brasil, ações da Petrobras ajudaram a segurar o Ibovespa. “Se não fosse o movimento do petróleo e o upgrade do Itaú nas ações da Petrobras, a bolsa estaria no negativo em função dos juros futuros”, resumou Thalles Franco, co-gestor do fundo de ação da RPS Capital.
A segunda-feira foi de alta nos preços do petróleo. O Brent subiu 1,56%, a US$ 72,75, enquanto o WTI avançou 2,05%, a US$ 70,09 o barril. Apesar do aumento de hoje, Franco diz que está com uma visão cautelosa para os preços da commodity. O gestor explica que a demanda na China está menor e que há sinais de desaquecimento da atividade americana, ao mesmo tempo em que a Europa está meio “de lado”.
“A parte de demanda piorou e o equilíbrio [para o petróleo] ficou mais frágil. Já na parte de oferta, não teve nenhuma grande mudança de posicionamento”, acrescentou o gestor da RPS.
A casa atualmente não possui posição em Petrobras, apenas em Prio. Na avaliação de Franco, as ações da Petrobras trouxeram bons retornos nos últimos dois anos, mas estão com níveis de “valuation” menos atrativos agora. Por outro lado, diz, a Prio está “barata” e possui um bom corpo executivo por trás, além do que pode ter aumento relevante de produção com a aprovação para exploração do campo de Wahoo.
Os papéis da Azul também despontaram na sessão com uma alta de 10,91%, a R$ 5,49 — na maior valorização entre as ações do Ibovespa pela segunda sessão seguida. Investidores repercutiram a confirmação de que a empresa está em negociações com arrendadores de aeronaves. A companhia, porém, disse que não há acordo firmado ainda. A informação foi divulgada em fato relevante, na véspera (15).
Na ponta contrária, as ações da Embraer foram duramente penalizadas na sessão e fecharam em queda de 5,30%, a R$ 49,18. A companhia informou que finalizou os procedimentos de arbitragem contra a Boeing e que receberá o valor bruto de US$ 150 milhões de indenização.
O montante, porém, é menor do que o esperado por alguns analistas. Em relatório, os profissionais Victor Mizusaki e André Ferreira, do Bradesco BBI, escreveram que o mercado aguardava que a Embraer recebesse em torno de US$ 300 milhões da Boeing.
Mesmo assim, os especialistas do BBI defenderam que o acordo é importante para a companhia reduzir os prejuízos acumulados, o que permitirá que ela retome o pagamento de dividendos no ano que vem. Nos cálculos da casa, o preço-alvo para os recibos de ações (ADRs) é de US$ 40 — mesmo valor esperado por analistas do Itaú BBA.
Por aqui, a expectativa é que o Comitê de Política Monetária (Copom) suba a Selic em 0,25 p.p. na reunião desta quarta-feira. Mesmo com a elevadação, a Guide Investimentos avalia que deve prevalecer o impacto do corte americano. “Nas últimas vezes em que tivemos alta de juros no Brasil e corte nos EUA, a correlação entre o Ibovespa e o S&P 500 foi elevada. Acreditamos que em 2024, o padrão deve se repetir”, escreveu o analista de ações, Mateus Haag.
Em relação à política fiscal, os temores dos gastos acima do teto orçamentário voltaram ao radar. No fim de semana, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino autorizou créditos extraordinários, fora das regras do arcabouço fiscal, para combater as queimadas no país. “O fiscal está ‘pegando’, mas como não temos informações sobre o quanto vai ser liberado para o combate aos incêndios, por enquanto não está contaminando o bom humor do mercado”, avaliou um operador.
*Com informações do Valor Econômico
Leia a seguir