Ibovespa vai na contramão das bolsas americanas e fecha em queda, pressionado pela alta dos juros futuros

Sob influência da subida da curva de juros futura, o Ibovespa encerrou a quinta-feira (19) em queda de 0,47%, aos 133.123 pontos, na mínima intradiária. Já na máxima do dia, o índice chegou a bater 134.759 pontos. A volatilidade marcou o pregão. O índice iniciou o dia próximo da estabilidade, chegou a subir no começo […]

Mudanças no site e redes sociais apresentam novo posicionamento, e trazem conteúdo focado na jornada individual do investidor
Mudanças no site e redes sociais apresentam novo posicionamento, e trazem conteúdo focado na jornada individual do investidor

Sob influência da subida da curva de juros futura, o Ibovespa encerrou a quinta-feira (19) em queda de 0,47%, aos 133.123 pontos, na mínima intradiária. Já na máxima do dia, o índice chegou a bater 134.759 pontos. A volatilidade marcou o pregão. O índice iniciou o dia próximo da estabilidade, chegou a subir no começo da manhã, mas passou a cair perto das 12h. O dólar comercial, por sua vez, recuou 0,70%, a R$ 5,4241

A performance da bolsa brasileira destoou dos índices americanos, que encerraram a sessão com alta de 2,51% no Nasdaq, 1,70% no S&P 500 e 1,26% no Dow Jones, sendo que os dois últimos atingiram máxima histórica de fechamento.

Inscreva-se e receba agora mesmo nossa Planilha de Controle Financeiro gratuita

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

O tom mais “hawkish” (favorável ao aperto monetário) adotado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) levou um ajuste maior na curva de juros futura. Ações de companhias como Petrobras e Vale ajudaram a evitar uma queda maior do Ibovespa.

O tom adotado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) levou a ajustes mais fortes na curva futura, comportamento que surpreendeu Alexandre Póvoa, estrategista da Meta Asset Management. “Talvez com discurso mais duro do comitê, os investidores estão reprecificando toda a curva, o que não ajuda a bolsa no primeiro momento”, afirma. O gestor pondera, porém, que a longo prazo a elevação dos juros brasileiros, com o fator credibilidade, e a queda das taxas nos Estados Unidos, devem favorecer o Ibovespa.

Últimas em Economia

Evandro Buccini, gestor da Rio Bravo Investimentos, acrescenta que o tom mais “hawkish” do comunicado acompanhado de um ajuste mais suave nos juros, de apenas 0,25 ponto, não foi “acidente”. “É de caso pensado fazer uma alta menor e parecer mais ‘hawkish’ e comprar um pouco de tempo.”

Após a decisão de ontem do BC, que elevou os juros para 10,75% ao ano, o executivo acredita que aumentou a chance de a autoridade monetária realizar uma alta de 0,50 ponto na próxima reunião. Apesar disso, a equipe econômica da casa manteve, por enquanto, a projeção de Selic até o fim do ano em 12%.

No documento divulgado ontem, o Copom mostrou preocupação com a revisão do hiato (medida de ociosidade da economia), que era em torno de zero e virou para o positivo, e com a desancoragem das expectativas de inflação.

“Talvez o efeito não esteja tão ruim [na bolsa] porque o recuo dos juros pelo Fed compensa na outra direção”, acrescenta Buccini. O movimento registrado no Ibovespa hoje foi na contramão dos índices americanos, que encerraram a sessão com alta.

Entre as blue chips, as ações da Vale foram um dos destaques da sessão, ao avançar 1,20%, a R$ 58,23. O desempenho foi impulsionado pela subida do minério de ferro, que terminou o dia com alta de 1,69%, a 693 yuan (US$ 97,85), a tonelada, na Bolsa de Dalian.

O gestor da Rio Bravo Investimentos conta que vê valor e retorno na posição que a casa detém em Vale. O executivo diz que os preços do minério de ferro passam por um período de forte volatilidade, mas defende que matéria-prima “ainda tem desaforo para aguentar”, ao considerar o longo prazo.

Buccini não nega que a ação tem sido penalizada por perspectivas piores para o crescimento chinês, mas acredita que não haverá uma desaceleração muito maior do que o que já ocorreu até agora no país.

Já o gestor de renda variável da GCB Capital, Rafael Orenes, diz que o modelo de crescimento da China mudou e que o foco deixou de ser em construção civil. “Ela está mudando o modelo de crescimento para assuntos como transição energética e investimento em IA [inteligência artificial]”, observa.

O dia também foi de alta para as ações PN da Petrobras, que subiram 0,33%, a R$ 36,27, enquanto as ON caíram 0,30%, a R$ 39,70. Orenes aumentou recentemente a posição na companhia, à medida que os preços de petróleo se recuperaram. Os contratos de petróleo Brent para novembro já subiram 4,45% no acumulado da última semana.

“Quando bate US$ 70 dólares, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo [Opep] costuma tomar uma atitude com relação à produção”, diz Orenes. Na última terça-feira (10), a organização, por exemplo, reduziu sua projeção para a demanda da commodity pelo segundo mês consecutivo.

Já a quinta-feira foi negativa para os papéis da Brava Energia, que encerraram o dia em queda de 9,40%, a R$ 18,89. Analistas do J.P. Morgan cortaram o preço-alvo dos papéis de R$ 56 para R$ 42, mantendo a recomendação de compra. A companhia também anunciou hoje que a produção no Campo de Papa Terra será retomada em dezembro deste ano.

A notícia foi vista como “positiva” pela XP, pois atenua o nível de incerteza em torno da empresa. Porém, o prazo é mais longo do que o previsto pelo mercado inicialmente.

*Com informações do Valor Econômico

Error - No Access Token found. Please fix from settings.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


VER MAIS NOTÍCIAS