IF Hoje: Investidor fica de olho na divulgação do Livro Bege nos EUA e Haddad em Davos
No Brasil, o salário-mínimo volta ao foco, com a reunião entre Lula e as lideranças das centrais sindicais
A agenda econômica desta quarta-feira está mais agitada do que a de ontem. Os investidores permanecem atentos aos passos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Fórum Econômico Mundial. Nesta quarta-feira, Haddad participa de painel sobre lideranças da América Latina, com ministros de países vizinhos.
Aqui, o salário-mínimo volta ao foco, com a reunião entre Lula e as lideranças das centrais sindicais. Ontem, Haddad afirmou que a decisão sobre o aumento do salário mínimo cabe ao governo e será tomada após negociações com as centrais sindicais. Segundo ele, será aberta uma mesa de debates para definir um patamar para os quatro anos da gestão do presidente Lula.
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Haddad não tem falado somente nos painéis e seminários de Davos.
Amplamente coberto pela imprensa, o ministro tem dado sinalizações nas entrevistas. Ontem, Haddad reiterou como prioridade a criação de um novo arcabouço fiscal, uma regra que seja substituta do Teto de Gastos, para controlar as contas do governo. A regra deve ser apresentada ao Congresso em abril.
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Haddad, acompanhado de Marina Silva, deseja mostrar aos investidores o novo cartão de visitas do Brasil, mais ligado à preservação de biomas, crescimento sustentável e avesso ao negacionismo climático do passado.
Estados Unidos
Nos Estados Unidos, pela manhã, o investidor acompanha as divulgações do indicador de Vendas no Varejo de dezembro e anual, este é o indicador mais importante que mede os gastos dos consumidores, representando a maior parte da atividade econômica geral.
Ainda pela manhã, os dados inflação ao produtor (IPP), que é o preço dos produtos no atacado, vendido direto às indústrias, e o Índice de Produção Industrial.
Às 16h haverá a divulgação do Livro Bege e o discurso do membro do FOMC, Patrick Harker. Livro Bege é um relatório sobre as condições econômicas em cada um dos 12 distritos do Federal Reserve, cobrindo todo o território dos EUA. A leitura oferece uma visão da evolução económica e dos desafios dos EUA, sendo divulgado 8 vezes por ano, duas semanas antes de cada reunião do FOMC, sendo também utilizado pelo comitê em sua decisão de juros.
Zona do Euro e Japão
Na zona do euro haverá a divulgação do índice de preço ao consumidor anual e do mês de dezembro às 7h (Horário de Brasília). A inflação anualizada computada no mês de novembro ficou em 9,20%, ante 10,10% em outubro, em uma tendência de desaceleração.
Nesta madrugada, o Banco Central do Japão (BoJ), em uma reunião de política monetária de dois dias, decidiu manter sua faixa-alvo para os títulos do governo japonês de 10 anos entre 0,5% e -0,5%, contrariando as especulações de alguns participantes do mercado de que o banco central agiria para apertar sua política monetária.
Com a decisão, o BoJ frustra os mercados e a moeda local, o iene, sofreu sua maior desvalorização percentual desde junho. O rendimento do título de 10 anos caiu para 0,36% em determinado momento da tarde, depois de ultrapassar o teto de 0,5% antes da reunião do BoJ, já que os investidores recompraram os títulos após o anúncio.
Mercados ontem
Ontem o Ibovespa fechou em firme alta de 2%, puxado pelas commodities e pelo investidor estrangeiro, que voltou ao país após o feriado de segunda-feira nos Estados Unidos. A expectativa com o crescimento da China em 2023 elevou a cotação das principais matérias primas e o petróleo fechou em US$ 85 o barril.
O dólar também devolveu um pouco dos ganhos dos últimos dias e fechou em queda de 0,81%, negociado a R$ 5,10 na B3.
Essa combinação de dólar em queda e petróleo em alta foi ótima para a Petrobras. A ação preferencial da companhia (PETR4) avançou quase 6% hoje, enquanto a ordinária (PETR3) subiu quase 7%. A distribuidora Vibra Energia subiu 3% e a 3R 1%.
A Americanas (AMER3), epicentro da crise dos últimos dias, fechou em queda de 2,03%, a R$ 1,90, após apresentar alguma melhora durante o dia. A agência de riscos Fitch cortou mais uma vez a nota de crédito da empresa, de CC para C, que significa que a empresa corre um risco “excepcionalmente alto” de não honrar seus pagamentos. É a nota mais baixa da agência.