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IF Hoje: Depois do revés do Payroll, investidores calibram expectativas para os juros nos EUA; no Brasil, política e inflação ditam o ritmo dos mercados
No boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta manhã de segunda-feira, a projeção para a inflação oficial de 2023 continuou a cair e a de 2024, foco da política monetária, retomou a trajetória de queda, ainda que de maneira marginal. A expectativa para o IPCA deste ano cedeu de 5,71% para 5,69% e, para 2024, a projeção passou de 4,13% para 4,12%. Há um mês, era de 4,16%.
Esta semana, os investidores locais também acompanham atentos os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de maio, que serão divulgados na próxima quarta-feira, dia 7. Após a melhora recente nos dados de inflação de curto prazo, os agentes financeiros devem avaliar minuciosamente os dados para balizar suas apostas para o início do ciclo de cortes de juros pelo Banco Central. A semana passada terminou com noticiário positivo para os ativos locais, sobretudo após a divulgação do PIB, que cresceu 1,9% no 1º trimestre de 2023, acima do esperado, puxado pelo agro.
Ainda na segunda-feira, agentes devem acompanhar os números do índice de gerentes de compras (PMI) do setor de serviços nos Estados Unidos. Na última sexta-feira, os dados do payroll voltaram a exibir um desempenho robusto do mercado de trabalho americano.
EUA
Os dados do Payroll de maio, divulgados na sexta-feira (2), foram o mais recente revés para os investidores, que repetidamente subestimaram o crescimento da economia americana. A inflação também se mostrou muito mais teimosa do que os investidores imaginavam há 12 meses. Em junho, as projeções para a inflação para o ano seguinte apontavam uma queda rápida para a faixa de 2% a partir de meados de 2023. A leitura mais recente do índice de preços ao consumidor foi de 4,9% para o acumulado de 12 meses.
Nos EUA, o mercado de trabalho com a atual dinâmica de geração de empregos pode significar que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) irá pular o aumento das taxas de juros neste mês. No entanto, não significa que estão descartados novos aumentos de juros no segundo semestre, avaliam os analistas de Wall Street.
A persistente força da economia dos EUA minou as expectativas de que o Federal Reserve fará grandes cortes nas taxas de juros este ano. E, com isso, os investidores perdem um importante elemento-chave de suporte para o rali das ações em 2023. O juros altos favorecem aplicações de renda fixa.
Os investidores agora esperam que a taxa-alvo do Fed fique em 5% no final do ano, de acordo com a Tradeweb, uma das principais plataformas de negociação de ativos nos EUA, acima dos 4% do mês passado.
As expectativas anteriores de que os juros cairiam nos EUA antes de dezembro ajudaram a impulsionar os mercados este ano. Isso foi verdade principalmente para as ações de grandes empresas de tecnologia. Apple, Amazon.com e Meta, empresa-mãe do Facebook subiram mais de 35% de janeiro a junho. No mesmo período, o índice Nasdaq, que reúne as empresas de tecnologia, ganhou 28%. Ainda assim, muitos analistas observam que a maioria dos setores de ações dos EUA esteve fraca este ano, mesmo com a alta dos principais índices das bolsas de NY.
O colunista da Inteligência Financeira, William Castro Alves, mostrou em seu último post que o S&P 500 acumula alta de pouco mais de 8% no ano. Ao mesmo tempo, apenas sete empresas contribuíram com 12,16% de alta para o índice. Segundo William, com base em dados recentes, há mais de 490 empresas que, somadas, “atrapalharam” a performance do S&P 500. Ou, talvez, essas empresas de baixo desempenho sejam uma melhor representação da economia dos EUA.
São estas questões que irão nortear as discussões das autoridades do Fed na proxima semana. A próxima reunião de juros do Fed acontece nos dias 13 e 14 de junho. Esta semana, portanto, é quando os analistas de mercado e economistas calibram seus modelos estatísticos para tomar decisões mais acertadas sobre onde investir agora.
Agenda
- 5h: PMI Europa
- 8h25: Boletim Focus do Banco Central
- 10h: PMI Brasil
- 10h45: PMI Estados Unidos
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