IF Hoje: Christine Lagarde discursa sobre juros, PIB e desemprego na zona do Euro; Livro Bege é destaque nos EUA

Além dos importantes indicadores na Europa e Estados Unidos, a China divulga índices de inflação ao produtor e ao consumidor após o fechamento do mercado

Cristine Lagarde, presidente do BCE, em conferência na Alemanha em julho de 2020 - foto: Martin Lamberts / Banco Central Europeu
Cristine Lagarde, presidente do BCE, em conferência na Alemanha em julho de 2020 - foto: Martin Lamberts / Banco Central Europeu

Um dia após o presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell, derrubar os mercados acionários mundo afora, neste 8 de março – Dia Internacional da Mulher – será a vez da presidenta do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, discursar ao Parlamento Europeu e indicar se manterá o ritmo de aumento da taxa de juros no bloco econômico. A taxa atual está em 2,5% ao ano e vem sendo elevada em 0,5 ponto a cada reunião.

Antes de chefiar o BCE, Lagarde foi presidenta do Fundo Monetário Internacional (FMI) entre 2011 e 2019, foi também a primeira mulher a presidir o escritório de advocacia internacional Baker & McKenzie, entre 1999 e 2004, e também ministra de Estado na França, tendo chefiado a Pasta de Economia, Finanças, e Emprego entre 2007 e 2011.

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O discurso de Lagarde está previsto para ocorrer no período da manhã, sendo assim, os mercados europeus estarão abertos e servirão como um termômetro em tempo real sobre a situação econômica da zona do Euro.

O objetivo da atuação do BCE é reduzir a inflação na região, que está em 8,5% ao ano, bem longe da meta de inflação estipulada de 2,5% ao ano.

Últimas em Economia

Na ata da última reunião do BCE, de 2 de fevereiro, Lagarde afirmou que a instituição pretende elevar os juros em mais 0,50 ponto percentual na reunião que ocorrerá no fim de março.

Pois bem, ela disse esperar que a atividade econômica no bloco permaneça fraca no curto prazo, embora esteja mais resistente do que se imaginava.

Brasil

Por aqui, aumentam as expectativas de que o Banco Central possa seguir um caminho contrário ao Fed e ao BCE e iniciar um corte na taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,75% e duramente criticada por Lula.

São dois os motivos que levam o mercado a acreditar nesse ponto. O primeiro é a fraqueza da economia e o segundo é o novo arcabouço fiscal.

A queda do PIB no 4º trimestre se prolongou nos primeiros meses deste ano, e considerando o nível de endividamento das famílias e a aparente perda de fôlego do mercado de trabalho, o estrangulamento do consumo deixaria de justificar a taxa nas alturas.

Sendo assim, se o novo arcabouço fizer sentido para o mercado e apresentar estabilidade à dívida pública ao longo dos anos, derrubará mais um argumento contra o corte. Com o risco mais baixo oferecido pelo governo os investidores terão também um prêmio menor.

Agenda de indicadores

Pela manhã a Alemanha divulga dados de produção industrial de janeiro, com projeção de alta de 1,5%.

Ainda na Europa, Alemanha, Italia e a União Europeia reportam seus índices de vendas no varejo de janeiro.

A União Europeia também reporta dados importantes, como o PIB do bloco econômico referente ao 4º trimestre e consolidado 2022 e sua taxa de desemprego.

A projeção para o PIB é de crescimento de 0,1% no trimestre e de 1,9% em 2022. Para o desemprego, projeta-se uma melhora de 0,4% no trimestre.

Já nos Estados Unidos, às 9h, tem Índice de Compras de casas pela MBA e o relatório de empregos privados pela ADP. Às 10h30 tem dados da balança comercial.

Ao meio dia, relatório sobre os estoques de petróleo e seus derivados, assim como as taxas de importação e exportação da commodity.

Por fim, às 16h divulgação do Livro Bege, relatório sobre as condições econômicas em cada um dos 12 distritos do Federal Reserve, cobrindo todo o território dos EUA.

Este indicador oferece uma visão da evolução económica e os desafios dos EUA, sendo apresentado oito vezes por ano, duas semanas antes de cada reunião do FOMC.

Às 22h30 a China reporta o índice de inflação ao produtor (IPP) e ao consumidor (IPC) referentes ao mês de fevereiro.

Balanços do dia

Braskem, CSN e MRV divulgam seus balanços após o fechamento do mercado.

Mercado ontem

O dia foi marcado pelo discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que indicou que a taxa final de juros pode ser maior do que a que eles projetavam. O Ibovespa fechou o pregão em queda de 0,45%, reduzindo as perdas da tarde na última hora do pregão.

Os principais índices de Wall Street também apanharam. Dow Jones fechou em queda de 1,72%, Nasdaq caiu 1,25% e o S&P500 encolheu 1,53%.

O dólar fechou em alta de 0,50%, negociado a R$ 5,1932.

Os investidores começaram a precificar uma nova taxa terminal de juros nos EUA, para uma banda entre 5,50% e 5,75% no final do ciclo, de acordo com dados coletados pela CME.

A maioria das projeções estava entre 5,25% e 5,50%. Ontem, o Goldman Sachs fez um relatório apontando a taxa terminal em 6% ao ano.

Atualmente, a Fed Funds rate (taxa básica de juros nos EUA) está entre 4,5% a 4,75% ao ano.

Segundo a CME Group, a maioria dos agentes começa a esperar por cortes na Fed Funds rate apenas em meados de 2024.

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