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IF Hoje: Após alta de juros, mercado avalia indicadores de inflação e atividade econômica nos EUA e na Europa
A divulgação de indicadores de atividade relativos aos Estados Unidos e à Europa na manhã desta sexta-feira (16) mostra se os investidores tinham de fato motivo para entrar em pânico após o aumento de juros nas duas economias nesta semana.
O dia começou com a notícia de que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) na zona do euro registrou alta de 10,1% em novembro, no acumulado de 12 meses. A informação foi divulgada pela Eurostat, a agência de estatísticas da União Europeia.
O resultado ficou acima do consenso projetado por economistas consultados pelo “The Wall Street Journal”, de uma alta de 10%.
Na quarta (14), depois de quatro elevações seguidas de 0,75 ponto percentual, o Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) anunciou uma alta de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros dos Estados Unidos, para o intervalo 4,25%-4,5% ao ano. Na quinta, o BCE (Banco Central Europeu) e o BoE (Banco da Inglaterra, na sigla em inglês) também desaceleraram de 0,75 p.p. para 0,5 p.p. o aumento de juros. Para os moradores na Zona do Euro, a taxa básica passou de 1,5% para 2% ao ano. Para os ingleses, de 3% para 3,5% ao ano.
Os três bancos centrais usaram discursos duros para dizer que, apesar da desaceleração no ritmo, a estratégia de combate à maior inflação em décadas, com a qual todos vêm sofrendo, está mais forte do que nunca. As autoridades monetárias deixaram claro que não pouparão esforços para domar os preços, o que significa continuar aumentando os juros e esfriando a atividade econômica. Para os especialistas, não é mais uma dúvida se todas essas nações vão entrar em recessão, mas sim quando e em qual medida. Em resposta, as Bolsas de Valores sofreram fortes quedas.
Além do efeito sobre os lucros das empresas, especialmente as de varejo, o aumento dos juros torna as aplicações em renda fixa mais interessantes do que as alternativas de maior risco, como as ações de companhias abertas.
Os chamados PMIs (Índices de Gerentes de Compras, na sigla em inglês) dão boas pistas de quanto os EUA e a Europa já estão sofrendo com a pronunciada alta de juros. A consultoria empresarial S&P Global informou os PMIs industrial, de serviços e consolidado (que combina dados dos setores industrial e de serviços) da Zona do Euro. Depois, vêm os índices do dos EUA.
O índice de gerente de compras composto avançou para 48,8 em dezembro, na leitura preliminar, de 47,8 no mês de novembro na zona do euro. O dado ficou acima do projetado por economistas consultados pelo “The Wall Street Journal” de 48,0.
Já o índice de serviços avançou para 49,1 na leitura preliminar de dezembro, de 48,5 no mês de novembro. O consenso era de que o indicador registrasse 48,5.
O PMI industrial também registrou alta para 47,8, de 47,1 no mês passado. O consenso dos economistas consultados pelo “The Wall Street Journal” era de 47,3.
Esses indicadores usam questionários respondidos pelos profissionais responsáveis por administrar os suprimentos (supply chain) das empresas. Com perguntas a respeito de volume de produção, pedidos de matérias-primas, preços praticados e outros aspectos do negócio, esses indicadores conseguem identificar mais cedo as grandes tendências para a economia. Leituras acima de 50 pontos indicam expansão, e, abaixo, contração.
Agenda do dia
- 6h – Zona do Euro: PMI industrial, de serviços e consolidado S&P Global (dezembro)
- 7h – Zona do Euro: Índice de preços ao consumidor (novembro)
- 11h45 – EUA: PMI industrial, de serviços e consolidado S&P Global (dezembro)
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