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IF Hoje: Indicadores PMI mostram que mundo caminha mesmo para recessão
Uma série de indicadores econômicos divulgados nesta quarta-feira (5) está sinalizando que o mundo caminha para a recessão.
Calculados por diferentes instituições, os PMIs (Índices de Gerentes de Compras, na sigla em inglês) usam metodologia semelhante: questionários respondidos pelos profissionais responsáveis por administrar os suprimentos (supply chain) das empresas. Com perguntas a respeito de volume de produção, pedidos de matérias-primas, preços praticados e outros aspectos do negócio, esses indicadores conseguem identificar mais cedo as grandes tendências para a economia. Leituras acima de 50 pontos indicam expansão, e, abaixo, contração.
Zona do Euro
Bedm cedinho, a consultoria empresarial S&P Global informou que o PMI Consolidado (que combina dados dos setores industrial e de serviços) caiu de 48,9 pontos em agosto para 48,1 pontos em setembro. O índice é o mais baixo em 20 meses. A desaceleração, segundo a S&P Global, se deve à inflação alta, aos crescente custos de energia, ao aumento da incerteza econômica e ao enfraquecimento da demanda.
“Quaisquer esperanças de que a Zona do Euro evite a recessão são frustradas ainda mais pela queda acentuada na atividade empresarial sinalizada pelo PMI”, disse Chris Williamson, economista-chefe da S&P Global, em relatório no qual apresenta os números do indicador. “A pesquisa não apenas aponta para um agravamento da desaceleração econômica, mas o quadro da inflação também se deteriorou, o que significa que os formuladores de políticas enfrentam um risco crescente de um pouso forçado, à medida que buscam conter a inflação acelerada.”
Brasil
O PMI Consolidado do Brasil também decepcionou. O indicador caiu de 53,2 pontos em agosto para 51,9 pontos em setembro. Trata-se do mais fraco desde o começo do ano. No mês passado, segundo esse indicador, o setor de serviços apresentou a menor taxa de crescimento em 16 meses. É uma queda preocupante, pois, último a se recuperar da crise provocada pela pandemia de Covid-19, o setor de serviços vinha sustentando a economia brasileira.
“A principal dificuldade encontrada pelas empresas foi a falta de demanda por seus serviços, pois as famílias contiveram os gastos devido ao poder de compra reduzido e à incerteza sobre as eleições”, disse Pollyanna de Lima, diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, em relatório.
A boa notícia é que a inflação continua se mostrando bem comportada. Em setembro, o PMI registrou desacelerações generalizadas nos preços de insumos e preços de bens finais entre fabricantes e prestadores de serviços.
EUA
Para a economia americana, entretanto, uma boa notícia neste momento é uma má notícia.
O PMI de Serviços medido pelo ISM (Institute for Supply Management), caiu de 56,9 pontos em agosto para 56,7 pontos em setembro, ficando acima da projeção dos especialistas, que era de 56 pontos. Geralmente, é positivo que a atividade econômica esteja aquecida, mas, neste caso, significa que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) terá que continuar aumentando os juros para segurar a inflação. A taxa básica nos EUA já está no intervalo 3%-3,25% ao ano, a mais elevada desde 2007.
O grande medo dos investidores nos últimos meses é justamente de que, para frear a inflação, os BCs acabem exagerando na dose dos juros e levem os países à recessão. Os EUA podem não conseguir evitar a retração da economia se realmente precisarem seguir com uma política monetária agressiva.
Agenda do dia
- China – Mercados fechados por feriado nacional da Golden Week
- 4h – Zona do Euro: Reunião do BCE
- 5h – Zona do Euro: PMI de serviços e PMI composto da S&P Global (setembro)
- 5h30 – Reino Unido: PMI de serviços e PMI composto da S&P Global (setembro)
- 7h – EUA: Reunião da Opep
- 9h – Brasil: Produção industrial (agosto)
- 9h15 – EUA: Variação de empregos privados (setembro)
- 10h – Brasil: PMI de serviços e PMI composto da S&P Global (setembro)
- 11h – EUA: PMI não-manufatura da ISM (setembro)
- 11h30 – EUA: Estoques de petróleo bruto
- 17h – EUA: Discurso de Raphael Bostic, presidente da sucursal de Atlanta e membro do comitê de política monetária do Fed
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