IF Hoje: Mercado brasileiro repercute alta de juros nos EUA; manifestações preocupam

Empresas, especialmente do setor de varejo, estão contabilizando as perdas com bloqueios nas estradas

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed) - Foto: Alex Brandon/AP
Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed) - Foto: Alex Brandon/AP

Fechado na quarta-feira (2) por causa do feriado de Finados, o mercado financeiro brasileiro vai repercutir nesta quinta (3) o aumento de juros nos Estados Unidos da véspera.

O Fed (Federal Reserve, banco central americano) anunciou a quarta elevação consecutiva de 0,75 ponto percentual na sua taxa básica, que agora está no intervalo de 3,75%-4% ao ano, a mais alta desde janeiro de 2008.

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O tamanho do aumento ficou dentro das expectativas dos analistas. Mas a sinalização de que a taxa deve subir mais do que a expectativa fez os investidores americanos entrar em pânico.

Na entrevista coletiva à imprensa dada após o anúncio do aumento, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que “é muito prematuro pensar em uma pausa [nas elevações de juros] neste momento”. “Ainda temos alguns caminhos a percorrer, e dados divulgados desde a nossa reunião anterior sugerem que o nível final dos juros ficarão acima do que esperávamos inicialmente”, disse.

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Em resposta, a Bolsa de Nova York terminou o dia em queda de 1,55%, enquanto a Nasdaq recuou 3,36% e o índice S&P 500 teve baixa de 2,5%.

Se antes os analistas projetavam que os juros nos EUA teriam que chegar até 5% ao ano no primeiro semestre de 2023 para levar a inflação de volta à meta de 2% ao ano, agora as previsões estão se aproximando de 6% ao ano. Em setembro, o índice de preços de referência dos EUA bateu 8,22% no acumulado de 12 meses.

A perspectiva de maior elevação dos juros torna a renda fixa ainda mais atraente para os investidores, que abandonam aplicações em renda variável, como a Bolsa de Valores, para comprar títulos do Tesouro americano. Mercados emergentes como o Brasil sofrem ainda mais.

Manifestações golpistas preocupam

O presidente Jair Bolsonaro (PL) gravou um vídeo na noite de quarta (2) pedindo aos manifestantes golpistas que estão bloqueando estradas em todo o país liberem o trânsito.

“Eu quero fazer um apelo a você, desobstrua as rodovias. Isso daí não faz parte, no meu entender, dessas manifestações legítimas. Não vamos perder nós, aqui, a nossa legitimidade”, disse Bolsonaro. Diante de relatos de desabastecimento de combustível e alimentos em diversas localidades, o governo federal estava sendo instado a agir com firmeza contra as barricadas. Até o meio da tarde de quarta (2), a Polícia Rodoviária Federal havia desfeito 688 manifestações, e ainda havia 150 bloqueios.

As ações das empresas de varejo e de combustíveis devrão sofrer na Bolsa nesta quinta (3) enquanto os prejuízos são contabilizados.

Ao mesmo tempo em que pediu a liberação das rodovias, o presidente sinalizou que os protestos poderiam continuar em outras áreas das cidades, como em frente a quarteis militares, que receberam muitos manifestantes.

O mercado financeiro acompanha de perto o desenvolvimento dessa situação por causa da tensão institucional que cria.

Agenda do dia

  • S/h – Brasil: Ciro Nogueira, chefe da Casa Civil, e Geraldo Alckmin, vice-presidente eleito, visitam o TCU para começar a transição de governo
  • 5h05 – Zona do Euro: Discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE
  • 7h – Zona do Euro: Taxa de desemprego (setembro)
  • 9h – Reino Unido: Definição da taxa de juros
  • 9h30 – EUA: Pedidos de seguro desemprego (semanal)
  • 10h45 – EUA: PMI de serviços e composto S&P Global (outubro)
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