IF Hoje: Quarta promete ser tensa com Pelosi em Taiwan, indicadores econômicos, Opep e Copom

Entenda como eventos e divulgações de dados podem mexer com seus investimentos

Fachada do Banco Central do Brasil (Foto: Jorge William/Agência O Globo)
Fachada do Banco Central do Brasil (Foto: Jorge William/Agência O Globo)

O mercado financeiro vai ter uma quarta-feira (3) cheia de eventos e indicadores econômicos com potencial para mexer bastante com os preços dos ativos. Entenda:

  1. Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, está fazendo uma visita oficial a Taiwan – contra a vontade do presidente Joe Biden, que não pôde impedir a viagem pois o Poder Executivo não interfere no Legislativo. Na manhã desta quarta (3) – noite de terça (2) no Brasil –, Pelosi encontrou legisladores e recebeu da presidente Tsai Ing-wen a mais alta honraria do país, a Ordem das Nuvens Propícias com Grande Cordão Especial. Em discursos, defendeu a democracia e os direitos humanos. Essa aproximação está parecendo uma provocação à China, que considera Taiwan uma província rebelde e reprime duramente suas tentativas de independência. Aliados da China, Hong Kong, a Coreia do Norte e a Rússia reclamaram do que consideram uma indevida intromissão americana nos assuntos domésticos chineses.
    Como afeta os investimentos? O medo de uma guerra entre China e EUA, duas potências nucleares, faz com que os investidores abandonem as aplicações consideradas mais arriscadas, como a Bolsa de Valores, e busquem refúgio na renda fixa, tida como mais estável. Assim, as ações podem se desvalorizar. A inevitável desaceleração econômica mundial em decorrência de um eventual conflito armado também prejudicaria bastante as empresas, piorando as perspectivas para a Bolsa.
  2. Os países-membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) fazem sua reunião periódica para discutir o nível conjunto da produção. Um aumento seria bem-vindo para muitos países que estão sofrendo com a elevação do combustível no último ano, o que levou a uma disparada da inflação, inclusive no Brasil. Desde o pico de março, quando encostou em US$ 200 o barril, o contrato futuro do óleo tipo WTI (produzido nos EUA) já recuou 21,6%, porém continua 40% acima do nível de agosto do ano passado. Como a trajetória tem sido de queda, os especialistas não esperam que a Opep eleve sua produção neste momento.
    Como afeta os investimentos? O aumento do preço do petróleo no mercado internacional sempre favorece as empresas produtoras do combustível, como a Petrobras e a PetroRio, que repassam essa elevação aos clientes. Suas ações acompanham a alta, portanto: em um ano, a da Petrobras disparou 86%, e a da PetroRio ganhou 33%. Se de fato mantiver a produção em patamar elevado, a Opep favorece essas empresas (e seus investidores). Por outro lado, já que a inflação continuaria alta, os juros em muitos países podem continuar subindo, o que torna a renda fixa mais atraente.
  3. O debate sobre os rumos dos juros vai ganhar novos argumentos nesta quarta com a divulgação de indicadores econômicos importantes nos países mais ricos. Na Europa, saem o PMI composto, uma medida geral do grau de aquecimento da atividade, e as vendas no varejo. Nos EUA, também tem o PMI composto. Os especialistas estão ansiosos para entender se as recentes altas dos juros já fizeram efeito para desacelerar o ritmo da economia e domar a inflação.
    Como afeta os investimentos? Caso mostrem que a atividade está realmente esfriando, os indicadores podem desencorajar mais aplicações na renda fixa, porque novos aumentos de juros ficam menos prováveis. A Bolsa é favorecida nesse cenário.
  4. O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) deu início na terça (2) à sua reunião periódica e nesta quarta anuncia como ficam os juros no Brasil. A taxa básica Selic está em 13,25% ao ano desde junho, e a maioria dos analistas aposta em uma nova elevação de 0,5 ponto percentual nesta semana, para 13,75% ao ano. O mercado espera, ainda, receber sinalizações do BC de que esse aumento será o último por ora.
    Como afeta os investimentos? A alta de 0,5 p.p. está totalmente precificada nos ativos, ou seja, os investidores já incluíram essa estimativa nos preços das ações na Bolsa e dos títulos de renda fixa. No entanto, a sinalização deve movimentar um pouco mais as aplicações. Os investidores conseguirão calcular melhor os ganhos para a renda fixa nos próximos meses, e, dessa maneira, comparar com os riscos de comprar ações de empresas na Bolsa. Inclusive porque também será possível calcular como essas empresas vão se sair na gestão de suas dívidas já existentes e diante da vontade de contrair novos empréstimos para ampliar a operação, variáveis decisivas para o seu desempenho. O mercado imobiliário também vai se beneficiar demais de uma definição. Quem tem imóveis como investimento poderá estimar ganhos futuros e decidir se essa é realmente a melhor opção para seu capital. Ao mesmo tempo, quem quer comprar um imóvel terá mais segurança de assumir um financiamento porque saberá se as parcelas do financiamento vão caber no seu bolso.

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  • Balanços – Antes da abertura do mercado: Gerdau
  • 5h: IPC-Fipe (mensal)
  • 5h – Zona do Euro: PMI composto (julho)
  • 6h – Zona do Euro: Vendas no varejo (junho)
  • 7h: Início da reunião da Opep
  • 10h45 – EUA: PMI Composto
  • 18h: Decisão do Copom
  • Balanços – Após o fechamento do mercado: PetroRio, Totvs, Ultrapar
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