IGP-DI cai 0,34%, abaixo do piso das projeções, de -0,21%, em março
A variação ficou abaixo do piso das estimativas de 12 consultorias e instituições financeiras ouvidas pela reportagem
O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou deflação de 0,34% em março, informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
A variação ficou abaixo do piso das estimativas de 12 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que iam de -0,21% a +0,40%, com mediana das projeções em +0,07%.
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Trata-se de uma taxa que indica a movimentação dos preços no Brasil e é um dos medidores da inflação no Brasil.
O IGP-DI serve como parâmetro para reajuste de preços de produtos de diferentes segmentos como cursos, contratos de aluguel, seguros, roupas, consultas médicas, combustível, alimentos e bebidas. Além de valores de contratos, é utilizado nos cálculos do Produto Interno Bruto (PIB) e contas nacionais.
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Índice de Preços ao Produtor
No mês anterior a taxa havia sido de 0,04%. Com esse resultado, o índice acumula variação de -0,25% no ano e de -1,16% em 12 meses. Em março de 2022, o índice havia subido 2,37% e acumulava elevação de 15,57% em 12 meses.
“A taxa de variação do índice ao produtor – indicador com maior influência sobre o resultado do IGP-DI – caiu 0,71%. As principais contribuições para a queda da taxa do IPA partiram da soja (de -3,06% para -5,66%), do farelo de soja (de -1,23% para -7,66%) e da gasolina (de 5,66% para -3,91%). A inflação ao consumidor subiu 0,74%, registrando importante avanço em comparação a fevereiro, quando subira 0,34%. Gasolina (de -0,26% para 8,66%) e energia elétrica (de -0,26% para 3,30%) foram os itens que mais contribuíram para a aceleração da inflação. Por fim, a taxa mensal do INCC avançou sob influência da mão de obra, que registrou aumentos salarias via acordos coletivos firmados em fevereiro”, afirma André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV Ibre.
Com peso de 60%, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI) caiu 0,71% em março. No mês anterior, o índice havia apresentado queda de 0,04%. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou de 0,21% em fevereiro para 0,18% em março.
O principal responsável pela desaceleração da taxa foi o item combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de 3,84% para -2,81%. O índice de Bens Finais “ex”, que resulta da exclusão de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, subiu 0,21% em março, ante queda de 0,49% em fevereiro.
Bens Intermediários
A taxa do grupo Bens Intermediários passou de -0,70% em fevereiro para -1,78% em março. O principal responsável por esta queda mais intensa foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de -0,08% para -1,03%.
O índice de Bens Intermediários “ex”, calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 1,00% em março, contra queda de 0,12% no mês anterior.
O estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 0,37% em março, após subir 0,44% em fevereiro. Contribuíram para este movimento os seguintes itens: soja em grão (-3,06% para -5,66%), café em grão (10,07% para -0,53%) e suínos (7,05% para -0,85%). Em sentido oposto, vale citar, minério de ferro (2,63% para 3,45%), aves (-0,69% para 2,83%) e bovinos (-2,37% para -1,35%).
Com peso de 30%, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI) subiu 0,74% em março, após variar 0,34% em fevereiro. Quatro das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação: Transportes (0,43% para 2,82%), Habitação (0,60% para 0,94%), Alimentação (-0,03% para 0,15%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,84% para 0,96%).
Gasolina e energia
Nestas classes de despesa, destaque para gasolina (-0,26% para 8,66%), tarifa de eletricidade residencial (-0,26% para 3,30%), hortaliças e legumes (-7,09% para -1,83%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (1,35% para 2,00%).
Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (-0,80% para -1,90%), Despesas Diversas (1,01% para 0,16%), Comunicação (0,67% para 0,30%) e Vestuário (0,36% para 0,11%) apresentaram decréscimo em suas taxas de variação.
Nessas classes de despesa, as maiores influências partiram de passagem aérea (-4,24% para -9,75%), serviços bancários (1,49% para 0,00%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,96% para 0,17%) e roupas (0,49% para 0,18%).
O núcleo do IPC-DI registrou taxa de 0,27% em março, ante 0,36% no mês anterior. Dos 85 itens componentes do IPC, 32 foram excluídos do cálculo do núcleo. Desses, 15 apresentaram taxas abaixo de -0,35%, linha de corte inferior, e 17 registraram variações acima de 0,61%, linha de corte superior.
O índice de difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, ficou em 61,94%, 1,94 pontos percentuais acima do registrado em fevereiro, quando o índice foi de 60,00%.
Por fim, com os 10% restantes do IGP-DI, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) variou 0,30% em março, ante 0,05% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de fevereiro para março: Materiais e Equipamentos (-0,12% para -0,07%), Serviços (0,97% para 1,04%) e Mão de Obra (0,02% para 0,49%).
O IGP-DI compara preços coletados entre o dia 1º e o último do mês de referência com os do mesmo período do mês imediatamente anterior.