IGP-M tem deflação de 0,95% em setembro; mercado projetava queda de 0,89%

O recuo nos preços de commodities e combustíveis seguem influenciando a desaceleração do índice

Ações de mineradoras de lítio sobem - Foto: Divulgação
Ações de mineradoras de lítio sobem - Foto: Divulgação

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou deflação de 0,95% em setembro, após queda de 0,70% em agosto, informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). O IGP-M agora acumula alta de 6,61% no ano e de 8,25% em 12 meses.

A queda de preços foi maior do que a esperada segundo a mediana das estimativas de 24 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, de -0,89%, com intervalo das projeções indo de -1,15% a -0,40%. Em setembro de 2021, o índice havia caído 0,64% e acumulava alta de 24,86% em 12 meses.

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“As quedas registradas nos preços de commodities e combustíveis seguem influenciando o resultado do IPA. O preço do minério de ferro caiu 4,81%, ante queda de 5,76% na última apuração. Já os preços do diesel (de -2,97% para -4,82%) e da gasolina (de -8,23% para -9,18%) recuaram ainda mais em setembro. No âmbito do consumidor, a inflação ficou menos negativa – acelerando de -1,18% em agosto para -0,08% em setembro. O setor serviços contribuiu para tal movimento, com destaque para passagem aérea (27,61%), aluguel residencial (1,42%) e plano e seguro de saúde (1,15%)”, afirma André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV Ibre, em comentário no relatório.

Com peso de 60%, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) caiu 1,27% em setembro, após queda 0,71% em agosto. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais caiu 0,39% em setembro. No mês anterior, a taxa do grupo havia sido de -0,73%.

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A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de -1,07% para -0,04%, no mesmo período. O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou 0,20% em setembro, ante -0,12% no mês anterior.

A taxa do grupo Bens Intermediários passou de -0,76% em agosto para -1,47% em setembro. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cujo percentual passou de -1,55% para -5,82%.

O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 0,43% em setembro, após variar -0,57% em agosto.

O estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 1,84% em setembro, após queda de 0,63% em agosto. Contribuíram para intensificar a taxa negativa do grupo os seguintes itens: leite in natura (12,59% para -6,72%), bovinos (-2,01% para -4,06%) e cana-de-açúcar (0,41% para -0,72%).

Em sentido oposto, destacam- se os itens milho em grão (-1,54% para 1,07%), minério de ferro (-5,76% para -4,81%) e algodão em caroço (-4,43% para 3,95%).

Com peso de 30%, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) variou -0,08% em setembro, após queda de 1,18% em agosto. Seis das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação.

A principal contribuição partiu do grupo educação, leitura e recreação (-3,07% para 4,47%). Nesta classe de despesa, vale citar o comportamento do item passagem aérea, cuja taxa passou de –17,32% em agosto para 27,61% em setembro.

Também apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos transportes (-4,84% para -2,93%), habitação (-0,31% para 0,21%), vestuário (0,20% para 0,57%), comunicação (-0,83% para -0,54%) e saúde e cuidados pessoais (0,67% para 0,72%).

Nestas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens: gasolina (-15,14% para -9,46%), tarifa de eletricidade residencial (-3,32% para -0,87%), calçados (-0,17% para 0,87%), tarifa de telefone móvel (-2,40% para -0,35%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (1,07% para 1,24%).

Em contrapartida, os grupos alimentação (0,44% para -0,34%) e despesas diversas (0,36% para 0,08%) registraram decréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens: laticínios (6,45% para -3,82%) e cigarros (2,55% para 0,90%).

Com os 10% restantes, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) variou 0,10% em setembro, ante 0,33% em agosto. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de agosto para setembro: materiais e equipamentos (0,03% para -0,14%), serviços (0,68% para 0,34%) e mão de obra (0,54% para 0,26%).

Apesar de ser considerado o indicador do mês fechado, para o cálculo do IGP-M, são comparados os preços coletados do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do atual (o de referência) com os do ciclo de 30 dias imediatamente anterior.

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