IGP-M nas alturas: veja como remanejar o reajuste do aluguel
A “inflação do aluguel” fechou 2021 com alta de 17,78%; índice ficou em 1,82% em janeiro, divulgou FGV nesta sexta-feira (28)
O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) ficou em 1,82% em janeiro, após variar 0,87% no mês anterior, informou nesta sexta-feira (28) a Fundação Getulio Vargas (FGV).Com o resultado, o índice acumula alta de 16,91% em 12 meses. Em janeiro de 2021, o índice havia subido 2,58% e acumulava alta de 25,71% em 12 meses.
A “inflação do aluguel” fechou 2021 com alta de 17,78%. Apesar de desacelerar em 2021, o IGP-M registrou a segunda maior alta anual desde 2002, atrás somente do resultado de 2020.
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Os aumentos de dois dígitos são alarmantes para quem mora de aluguel e tem seu contrato corrigido pelo índice da FGV (Fundação Getulio Vargas). Para driblar o aumento na conta, a IF reuniu algumas dicas de especialistas:
Renegocie
“Não é porque saiu o IGP-M agora de quase 18% que todos os contratos vão usar dessa premissa. Já converse com o proprietário e com a imobiliária para negociar esse ajuste, para que seja menor que o IGP-M e, se possível, troque a correção do aluguel pelo IPCA [Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo], que está um pouco menor”, afirma Cintia Senna, terapeuta financeira e professora da escola de educação financeira DSOP.
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“Tenha na ponta do lápis o quanto pode gastar com o aluguel e tente ao máximo possível renegociar os reajustes e, se possível, mude o contrato para correção por IPCA”, afirma Hugo Ferraz, planejador financeiro CFP.
Reorganize o orçamento
Se não for possível renegociar o ajuste ou mudar a correção do contrato para IPCA, é preciso reajustar o orçamento para acomodar gastos maiores.
“É preciso fazer a ginástica familiar e ver em quais outros pontos se pode economizar. Esprema o orçamento e veja onde dá para enxugar”, diz Ferraz.
Também é preciso pensar no reajuste de 2022 para 2023. Hoje, o mercado precifica um IGP-M de 5,49% ao fim do ano que vem.
“As nossas decisões não podem ser apenas calcadas no hoje, é necessário considerar as expectativas para o futuro de modo a se precaver e ter um impacto menor no bolso. A expectativa para 2022 é que a inflação vai continuar alta e a eleição ainda vai refletir muito na economia”, diz Cintia.
Ela aponta que o salário não pode ser todo gasto com as contas, sendo necessário guardar uma parte na reserva de emergência ou em investimentos. “É preciso se perguntar se esse local em que se mora faz sentido no seu orçamento, considerando também os próximos aumentos”
Mude para um aluguel mais barato
Caso a renegociação do contrato e o reajuste nas contas não sejam suficientes, a última alternativa é se mudar para um local mais barato, com um contrato cuja correção pode ser feita pelo IPCA.
“Sair de um aluguel para outro tem um custo, para devolver o imóvel e fazer a mudança, mas, se estiver apertando muito vá para o plano B, um aluguel mais barato”, afirma Ferraz.
O planejador aponta que os salários não terão uma correção tão significativa, o que leva à uma corrosão da renda familiar. “É preciso pensar com a cabeça fria e ser matemático. Às vezes o reajuste vem e pessoas não fazem conta.”