IGP-M tem deflação de 0,52% em fevereiro e sinaliza alívio nos preços dos alimentos

Inflação do aluguel acumula uma queda de 3,76% em 12 meses

Preços de mercadorias exibidos em supermercado no Rio de Janeiro. Foto: Ricardo Moraes/Reuters
Preços de mercadorias exibidos em supermercado no Rio de Janeiro. Foto: Ricardo Moraes/Reuters

O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) teve variação de -0,52% em fevereiro, demonstrando uma redução em relação ao mês anterior, quando apresentou alta de 0,07%.

Com esse resultado, a inflação do aluguel acumula deflações de 0,45% no ano e de 3,76% nos últimos 12 meses.

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Em fevereiro de 2023, o índice tinha registrado taxa de -0,06% no mês e acumulava aumento de 1,86% em 12 meses anteriores.

“Apesar do El Niño ter prejudicado algumas safras brasileiras, não se observa uma redução generalizada na produção agrícola nacional”, destaca André Braz, coordenador dos Índices de Preços.

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“Contrabalanceando esse cenário, a ampliação da oferta global de grãos promete atenuar as pressões inflacionárias sobre os preços dos alimentos no Brasil, proporcionando um alívio moderado à inflação”, acrescenta Braz.

“Especificamente, os mercados da soja e do milho apresentaram uma queda acentuada nos preços, evidenciando as dinâmicas de oferta e demanda globais, com a soja recuando para uma baixa de 14,18% e o milho para 7,11%”, completa.

IPA

Em fevereiro, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) retraiu 0,90%, uma queda mais intensa que a taxa janeiro (-0,09%).

Esse decréscimo foi impulsionado principalmente pelo subgrupo de alimentos processados, cuja taxa evoluiu de 1,19% para -0,65% no mesmo intervalo.

Além disso, o índice correspondente a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, também apresentou uma desaceleração, passando de 0,58% em janeiro para -0,25% em fevereiro.

A taxa do grupo Bens Intermediários caiu 0,42% em fevereiro, menos negativa do que a registrada no mês anterior, de -1,62%.

O principal fator que influenciou esse movimento foi o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -6,73% para -1,52%.

O índice de Bens Intermediários (ex) (excluindo o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção) caiu 0,22% em fevereiro, após queda de 0,63% observada em janeiro.

O estágio das Matérias-Primas Brutas apresentou variação de -2,67% em fevereiro, índice significativamente menor do que a alta de 0,49% registrada em janeiro.

A desaceleração deste grupo foi principalmente influenciada por itens chave, tais como a soja em grão, que intensificou a queda de -5,98% para -14,18%, o milho em grão, cuja taxa diminuiu de 6,22% para -7,11%, e o minério de ferro, que inverteu sua trajetória de um aumento de 2,87% para uma queda de 1,22%.

Em contraste, alguns itens tiveram um comportamento de alta, entre os quais se destacam o leite in natura, que se alterou de -0,06% para 4,42%, a cana-de-açúcar, com variação de -1,51% para -0,37%, e a mandioca/aipim, que teve um aumento de 1,43% para 4,11%.

IPC

Na sequência, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou uma variação de 0,53% em fevereiro, recuando em relação à taxa de 0,59% observada em janeiro.

Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, três delas exibiram desaceleração em suas taxas de variação.

O maior impacto veio do grupo educação, leitura e recreação, cuja taxa de variação decresceu de 2,11% para 0,11%.

Dentro desta classe de despesa, houve recuo significativo no preço dos cursos formais, que passou de 4,78% na medição anterior para 2,04% na atual.

Também apresentaram alívio em suas taxas de variação os grupos alimentação (1,62% para 1,09%) e vestuário (0,16% para -0,17%).

Ainda vale destacar o comportamento de hortaliças e legumes (12,41% para 7,10%) e serviços do vestuário (1,50% para 0,00%).

Por outro lado, os grupos transportes (-0,16% para 0,45%), despesas diversas (0,10% para 1,52%), saúde e cuidados pessoais (0,19% para 0,51%), comunicação (-0,07% para 0,46%) e habitação (0,16% para 0,19%) exibiram crescimento em suas taxas de variação.

Adiante, ainda dentro destas classes de despesa, avançaram os preços de gasolina (-0,74% para 1,37%), serviços bancários (0,09% para 2,23%), artigos de higiene e cuidados pessoais (-0,38% para 0,78%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,16% para 0,86%) e aluguel residencial (-0,88% para 1,16%).

INCC

Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou alta de 0,20% em fevereiro, um valor ligeiramente inferior à taxa de 0,23% observada em janeiro.

Considerando os três grupos constituintes do INCC, observam-se as seguintes variações na transição de janeiro para fevereiro.

O grupo materiais e equipamentos apresentou uma elevação, passando de 0,09% para 0,20%; o grupo serviços teve um aumento de 0,20% para 0,49%; e o grupo mão de obra registrou recuo, variando de 0,42% para 0,16%.

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