Banco Central americano volta a citar, no Livro Bege, tarifas como risco para escalada da inflação
O Livro Bege, publicação relevante para medir expectativas para a economia dos EUA, voltou a expressar preocupação em relação à agenda de tarifas de Trump e seus efeitos sobre a inflação americana
O Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) divulgou seu relatório de condições econômicas conhecido como Livro Bege. No documento, os economistas do Fed demonstram preocupação em relação à agenda de tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. Isso porque as taxas podem ter efeito sobre a inflação.
O Livro Bege reúne detalhes econômicos em cada um dos 12 distritos onde estão baseados os escritórios regionais do Fed, cuja sede fica na capital federal, Washington. Cada relatório detalha como preços de commodities, inflação e taxas de câmbio impactam a economia local.
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No relatório mais atual, oito de 12 distritos reportaram crescimento estável ou levemente negativo em fevereiro. Porém, os contatos distritais afirmaram que esperam podem aumentar os preços de bens e mercadorias caso haja impacto das tarifas de Trump sobre insumos.
“Os contatos na maioria dos distritos esperam que as potenciais tarifas sobre insumos os levassem a aumentar os preços, com relatos isolados de empresas aumentando os preços preventivamente.”
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Atividade industrial
Segundo o documento, a atividade industrial apresentou aumentos ligeiros a modestos na maioria dos distritos. Ainda assim, empresários do setor, que vão de segmentos desde produtos petroquímicos a equipamentos de escritório, expressaram preocupações sobre o impacto potenciais mudanças iminentes na política de comércio externo.
Trump impôs tarifas sobre o México e Canadá na terça-feira. Além disso, elevou as tarifas sobre a China. Ele também assinou uma ordem executiva que abre uma investigação com possibilidade elevar tarifas sobre produtos de madeira, incluindo madeira serrada e seus derivados.
Em relação ao mercado de trabalho, o Fed diz que o emprego subiu ligeiramente, com vários distritos citando o crescimento nos segmentos de saúde e finanças, enquanto declínios de empregos foram relatados em indústria e tecnologia da informação.
“Contatos em vários distritos disseram que a crescente incerteza sobre imigração e outros assuntos estava influenciando a demanda de mão de obra atual e futura.”
Com informações do Valor Econômico
