Inflação dos EUA: Por que os mercados ficaram agitados após índice

Se a maior economia do mundo sofre de inflação persistente, como ficam os outros?

Telão durante pregão da Bolsa de NY (NYSE) mostra discurso de Jerome Powell, presidente do Fed. Foto: Reuters/Andrew Kelly
Telão durante pregão da Bolsa de NY (NYSE) mostra discurso de Jerome Powell, presidente do Fed. Foto: Reuters/Andrew Kelly

O mercado estava super ansioso pelo dado da inflação dos EUA, o CPI, que ficou em 8,3% em 12 meses até agosto. Ele é equivalente ao nosso IPCA. O mercado estava precificando que haveria algum tipo de queda nos preços, ainda que tímida, uma deflação. Mas não foi bem assim.

Ao contrário de que se esperava, pelo consenso de mercado, houve, na verdade, um avanço nos preços, em 0,1%. O mercado esperava que os preços fossem cair nessa magnitude, e por isso, a terça-feira (13) foi um dia marcado por muita aversão ao risco.

Assista ao meu comentário abaixo:

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Inflação persistente

Então, se as bolsas estavam acumulando ganhos, porque a expectativa era de que os dados iriam vir melhores do que vieram, isso mostra para a gente que a inflação nos EUA está sendo muito mais persistente do que se esperava.

No ano passado, o Fed entendia a inflação como algo passageiro. Ainda era um certo reflexo da segunda onda de covid-19. Então, eles estavam tratando de uma forma transitória, e não da forma de como eles estão encarando a partir de agora. Então, no final do mês passado, houve uma reunião em que o Fed declarou que vai lidar de uma forma mais enfática com a inflação.

Como o Fed vai tentar baixar a inflação?

Especialmente sendo brasileiros, a gente sabe que não dá para baixar o preço na canetada. Então qual é a forma que o banco central americano tem de tentar controlar essa inflação? Aumentando a taxa de juros para ver se dá uma desestimulada nas pessoas, no consumo de crédito.

Veja no meu comentário abaixo:

Então a gente vê que os EUA, a principal economia do mundo, a economia que é referência, cuja moeda serve de reserva para outros países, está caminhando para uma taxa de juros alta. O esperado para o final deste ciclo é uma taxa de juros que chegue em 4,25 p.p. Ainda que a Europa e outros países emergentes apresentem resultado melhor, quando a gente vê a principal economia do mundo ainda lidando com inflação, isso acaba gerando um efeito cascata.

Apesar da nossa Selic estar dando conta do recado da nossa inflação, é possível que ela ainda precise ficar um pouco alta como resposta a um prêmio de risco. Imagine que você pudesse investir no Tesouro Direto de qualquer país: se o país mais livre de risco, que serve de referência para o mundo, está pagando mais, você está tendo mais retorno lá, para que você vai se expor a mais risco?

Então, para países com economia emergente, como a nossa, a régua vai subindo, ainda que a nossa inflação esteja sendo controlada aos poucos. Ainda é preciso manter a Selic alta para, de certa forma, justificar um retorno para o investidor global, para que a gente possa receber mais capital estrangeiro.

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