Inflação global: conflito no Mar Vermelho encarece frete marítimo em 115%; qual o impacto da nova crise para o seu bolso?

Região afetada pelo conflito reponde por 12% do comércio global e é crucial para o vaivém de mercadorias entres a China e mercados do Ocidente

Navio de transporte de cargas. Foto: Gonzalo Azumendi/Getty Images
Navio de transporte de cargas. Foto: Gonzalo Azumendi/Getty Images

O conflito no Mar Vermelho, causado após os ataques de militantes Houthi, do Iémen, a navios que atravessavam a região do Oriente Médio, já encareceu 115% os custos de frete marítimo pelo mundo. No entanto, segundo estudo do UBS, seu impacto sobre a inflação global deverá ser “relativamente pequeno”.

A região afetada pelo conflito responde por 12% do comercio global. É também crucial para o vaivém de mercadorias entres a China e mercados do Ocidente. No entanto, de acordo com o banco suíço, a situação é muito distinta daquela que se viu anos atrás, durante a pandemia. Na ocasião, os obstáculos no trânsito marítimo desorganizaram as cadeias produtivas, acelerando os preços pelo mundo.

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Mar Vermelho

O Iêmen está localizado ao sudoeste da península arábica, num movimentado corredor de transporte que liga a Europa à Ásia.

Nas últimas semanas, os Houthis, que controlam uma parte do território iemenita, lançaram mais de duas dúzias de ataques com drones e mísseis contra navios comerciais com destino ao Canal de Suez, em resposta à guerra de Israel contra o Hamas.

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O UBS destaca que os principais transportadores estão agora desviando os navios para sul, em torno do Cabo da Boa Esperança, na África da Sul. A nova viagem, aponta, é até nove dias mais longa e, por isso, muito mais cara.

Mesmo assim, “diríamos que a perturbação do Mar Vermelho é muito menos impactante do que o que aconteceu às cadeias de abastecimento na pandemia”, aponta o relatório.

Inflação global

De acordo com o banco, isso acontece porque, primeiro, não há neste momento escassez de abastecimento. “Por exemplo, (não há) escassez de chips para produzir bens”. Segundo, não há excesso de procura de bens. E, por fim, não há escassez de embalagens, já que o comércio global está em recessão.

“Existem outros efeitos indiretos, como o aumento dos custos de energia ou o impacto dos atrasos nas entregas, mas o impacto do custo do frete em si é pequeno.”

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