Inflação: IPCA fica abaixo do esperado e coloca pressão extra para a queda da Selic
O mercado projetava uma desaceleração da taxa mensal a 0,33% (foi 0,23%); previsão para acumulado em um ano era de 4,03% (foi de 3,94%)
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou nesta quarta-feira (7) que o IPCA (Índices de Preços ao Consumidor Amplo) de maio ficou em 0,23% – abaixo da taxa de 0,61% registrada em abril. Já a taxa de inflação acumulada em 12 meses desacelerou a 3,94% – contra 4,18% de abril.
O resultou ficou abaixo das expectativas do mercado.
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Os analistas das instituições financeiras projetavam uma taxa mensal de 0,33%. A previsão para o acumulado em 12 meses era de 4,03%.
A queda mais intensa que o consenso pode alimentar as perspectivas de o Banco Central antecipar o ciclo de cortes da Selic para agosto. A maior parte das previsões do mercado aponta para o começo da redução dos juros a partir da reunião de setembro do Copom (Comitê de Política Monetária).
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Destaques do IPCA de maio
Segundo IBGE, os grupos de transportes (-0,57%) e de artigos de residência (-0,23%) foram os únicos a registrarem queda no IPCA de maio. No primeiro, destacam-se os recuos nos preços das passagens aéreas (-17,73%), além do resultado de combustíveis (-1,82%), por conta das quedas do óleo diesel (-5,96%), da gasolina (-1,93%) e do gás veicular (-1,01%).
A desaceleração do índice em maio também foi influenciada pelo resultado do grupo de alimentação e bebidas, que passou de 0,71% em abril para 0,16% em maio.
O principal destaque foi na alimentação no domicílio, que passou de 0,73% no mês anterior para uma estabilidade em maio. O grupo registrou queda nos preços das frutas (-3,48%), do óleo de soja (-7,11%) e das carnes (-0,74%).
Por outro lado, a alta teve como influência a inflação do tomate (6,65%), do leite longa vida (2,37%) e do pão francês (1,40%).
Entre os demais seis grupos, todos apresentaram alta nos preços. A inflação em saúde e cuidados pessoais teve o maior impacto (0,12 p.p.) e a maior variação (0,93%) com destaque para plano de saúde (1,20%) e itens de higiene pessoal (1,13%), com especial influência para a alta do subitem perfumes (3,56%).
Também os produtos farmacêuticos, com alta de 0,89%, contribuíram para o resultado, após a autorização do reajuste de até 5,60% no preço dos medicamentos, a partir de 31 de março.
Já o grupo habitação, com alta de 0,67%, contribuiu para a alta IPCA de maio. Houve influência dos preços da água e esgoto e da energia elétrica, que registraram reajustes em algumas capitais.
A maior contribuição (0,05 p.p.) veio da taxa de água e esgoto, com variação de 2,67%, devido a reajustes aplicados em seis áreas de abrangência do índice (Recife, São Paulo, Aracaju, Curitiba, Belém e Goiânia).
Já a variação de energia elétrica residencial, de 0,91%, contribuiu com 0,04 p.p, muito por conta de reajustes aplicados em seis áreas capitais (Salvador, Recife, Fortaleza, Campo Grande, Belo Horizonte e Aracaju).