Invasão gera incerteza sobre quando serão apresentadas medidas de ajuste fiscal

As invasões realizadas no domingo por bolsonaristas radicais geraram incertezas a respeito também de quando serão apresentadas as medidas de ajuste fiscal prometidas para esta semana pelo Ministério da Fazenda.
De acordo com uma fonte da pasta, o cenário mais provável, nesta segunda-feira, é que a apresentação das medidas fique para a semana que vem.
“Neste momento eu diria que [a apresentação] deve ser adiada”, afirma.
Já outra fonte afirma que “tudo segue normal” e que “até quinta-feira todos os atos serão publicados e anunciados”. Segundo esse interlocutor, haverá medidas tanto do lado das despesas quanto das receitas para diminuir o déficit primário deste ano.
Uma terceira fonte também diz que os integrantes do ministério estão “trabalhando normalmente”.
“Até o momento, nada mudou”, afirma.
Nos seus primeiros dias no cargo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tinha prometido para esta semana as medidas. O tema foi tratado inclusive em reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizadas antes do último fim de semana. Haddad já classificou o déficit primário de R$ 231,5 bilhões previsto no Orçamento de 2023 como “absurdo”.
Ele acompanhou de São Paulo, onde tem residência, as invasões ao Palácio do Planalto, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF) realizadas ontem, domingo, por bolsonaristas radicais. O ministro desembarcou em Brasília na manhã desta segunda-feira, mas seus compromissos públicos ainda não foram divulgados.
Após as invasões, Haddad publicou comunicado em que afirma que os bolsonaristas radicais “merecem o rigor que a lei exige”.
“Os atos criminosos de hoje devem receber forte condenação por parte da sociedade civil. São pavorosas as imagens de invasões aos prédios dos três poderes. Os criminosos merecem o rigor que a lei exige. O país não suporta mais tantos atos antidemocráticos e violentos”, disse o ministro na nota ontem.
Ele ainda classificou como “precisa” a declaração de Lula a respeito das invasões.
Por Estevão Taiar
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